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Sacramentos / Sacramento da confissão apêndice
ASSOCIAÇÃO JESSE DE ARAÇATUBA           
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APÊNDICE DO ESTUDO “SACRAMENTO DA CONFISSÃO”
       Vamos tratar neste tópico do arrependimento, parte importantíssima do sacramento da confissão. Sem ele, não podemos dizer que houve verdadeira confissão.
       Mas o que é arrependimento? Vejamos 2 Co 7,10.11 - "A tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação e não produz remorso, mas a tristeza segundo o mundo produz morte. Vejam o que esta tristeza segundo Deus produziu em vocês: que dedicação, que ansiedade para estarem isentos de culpa, que preocupação, que desejo de ver justiça feita! Em tudo vocês se mostraram inocentes a esse respeito."
       Neste trecho percebemos dois tipos de tristeza pelo pecado. Um opera vida e outro a morte. Portanto, podemos entender que a dois tipos de arrependimento, o verdadeiro e o falso. Como saber qual deles temos experimentado?
      O baixo padrão de vida cristã está mantendo muita gente no mundo e nos seus pecados. Se o incrédulo vê que o povo cristão não se arrepende, não se pode esperar que ele se arrependa e se converta de seu pecado. Muitas pessoas se acham religiosas, mas não têm uma vida condizente com a de seu Mestre. Por que a Igreja hoje não causa mais impacto? Por que tantos falsos profetas e mestres? Porque tantos se enganando e se arriscando a, no dia do juízo, ouvirem de Deus que não os conhece, mesmo tendo pregado, profetizado e expulsado demônios em seu nome (Mt 7, 22.23)? Justamente porque “acham” que se arrependeram, mas no fundo continuam pecadores impenitentes.
       Mas o que é o verdadeiro arrependimento? Vejamos:
1.      Convicção de pecado:
       Para uma verdadeira convicção é preciso que exista uma mudança de opinião em relação:
a         À natureza do pecado - o pecado que antes era atraente passa a ser algo abominável. Quando o arrependimento é falso, a pessoa reconhece que errou, sabe o quão terrível é aquele pecado em sua vida, mas o seu temor e vergonha é ser descoberto.
b        Ao caráter do pecado com respeito a sua relação com Deus – o reconhecimento de que o meu pecado é merecedor de castigo eterno, que lhe traz um profundo temor e tristeza de ter ofendido a Deus que é santo. No falso arrependimento, a pessoa pode até sentir medo de Deus e de ir para o inferno, mas a origem deste medo não está na tristeza de se ver longe para sempre da presença do Senhor, mas em si mesmo, em não querer sofrer no inferno.
c         Às tendências do pecado - o pecado é apropriado em suas tendências para causar dano a todos e a ele mesmo, e que não há remédio para ele mesmo exceto abandoná-lo. O falso arrependimento sabe que o pecado lhe faz mal, mas ainda sente um grande desejo por pecar.
O resultado do verdadeiro arrependimento é uma mudança de sentimento em relação ao pecado. Já não lhe é tão atraente, a pessoa passa a “aborrecer” o pecado e renuncia a ele. Quando um homem não está profundamente convicto de seus pecados, é um sinal bem certo de que ainda não se arrependeu de verdade. As pessoas que têm uma convicção muito superficial de seus pecados, cedo ou tarde recaem em suas velhas vidas.
2.   Contrição pelo pecado:
       É o profundo sentimento de tristeza segundo Deus e humilhação de coração por causa do pecado. Se não houver verdadeira contrição, o homem voltará direto para o seu velho pecado. Esse é o problema com muitos cristãos. O contrário disto é o remorso, cuja origem é o egoísmo do homem. Sente remorso por causa das conseqüências de seu pecado para ele e sua família e não verdadeiro pesar e quebrantamento por haver pecado. É a tristeza segundo o mundo que é cheia de culpa e gera a morte. É o caso de Judas, o traidor. As pessoas que sentem este tipo de tristeza vão endurecendo o coração e tendo suas consciências cauterizadas, quanto mais vezes sentem esta tristeza do mundo. A cada novo avivamento se despertam e se entristecem e logo se esfriam outra vez. O processo pode se repetir, e se encontrará que desta vez são mais e mais difíceis de despertar, até que finalmente se voltam tão duras como a pedra, e já não podem ser avivadas outra vez. Em oposição a estas igrejas há as igrejas e os indivíduos que tem experimentado o verdadeiro arrependimento. Se estes passam por avivamentos sucessivos, se encontra que cada vez são mais ternos e maduros até que chega um momento em que quando ouvem o toque da trombeta do avivamento, já ficam elétricos e ardem dispostos para o trabalho.
                 3.   Confissão de pecado:
       É necessário e também uma conseqüência, que após a contrição, venha a confissão. Em 1 Jo 1,9, a Palavra é clara ao dizer que SE confessarmos, teremos o perdão. Pv 28, 13, ensina que quando não há confissão, não há prosperidade. Muitas pessoas não têm poder e vitórias em suas vidas porque têm pecado não confessados. Todo pecado não confessado se torna como um câncer dentro de nós, que vai corroendo silenciosamente nossa vida espiritual. A pessoa que não se arrepende de verdade dá todo tipo de desculpa e mentira para encobrir seu pecado e tenta diminuir sua gravidade. Tem vergonha de que o vejam como um miserável pecador. Não gostam de ouvir sobre seus pecados e nem de falar sobre eles. Sempre tenta atenuar sua confissão de forma que a confissão se converte em não confessar nada.
                  4.  Restituição:
       Se com meu pecado prejudiquei, defraudei, enganei, roubei alguém, preciso consertar meu erro. Posso até ser convencido de que pequei, mas se meu orgulho não me permite ir até a pessoa e restituir o que tirei, não houve arrependimento. Mt 5, 24, ensina que é este o caminho bíblico. Preciso resolver todas as pendências que tenho aqui na terra. Se roubei, preciso restituir o que peguei. Se prejudiquei, tenho que tirar o prejuízo que causei, se caluniei, tenho que consertar o que falei falsamente. É o caso de Zaqueu (Lc 19,2-10). O falso arrependimento tenta apaziguar a própria consciência e dar desculpas para não ter que restituir e consertar o que fez.
5.      Conversão:
       Conversão é mudança de vida. É mudar a rota, o caminho pelo qual se vinha andando e não tornar mais a ele. Implica em uma renovação da mente (Rm 12,2 ) e é uma conseqüência clara do arrependimento (At 3, 19). Aquele pecado do qual fui convencido e cuja convicção levou-me a um quebrantamento e humilhação (contrição), seguido de confissão e restituição, nunca mais será desejado por mim. Não vou mais querer voltar a ele e passar por todo este processo de novo. Vou seguir um novo caminho, abandonar os caminhos maus (2 Cr 6,26). O falso arrependimento não produz conversão genuína. Produz uma “reforma” temporária. Com o tempo a pessoa volta ao mesmo pecado. Alguns chamam isso de “esfriamento”, mas a verdade é que não houve um verdadeiro arrependimento e quando há ocasião, se volta aos velhos pecados. O convertido verdadeiro é o que com menos probabilidade vai cair neles de novo, porque os aborrece ao máximo. Mas o que vive enganado e orientado segundo o mundo, sempre tende a cair nos mesmos pecados. A mulher que ama os vestidos volta a cair de novo com toda a sua glória, e fracassa como ela costumava fazer. A fonte do pecado não foi quebrada. Não purificou a iniqüidade de seu coração, senão que permaneceu neles em todo momento. Muitas vezes esta “reforma” acontece não por conversão, mas por “pressão” da igreja, não é uma mudança de coração, mas uma mudança para seguir as ordens de uma liderança. Estas pessoas necessitam ser empurradas ao cumprimento do dever por meio de uma passagem expressa da Escritura, pois do contrário encontram desculpas para o pecado. A razão é que amam seus pecados e se não fosse porque não se atrevem a quebrar descaradamente o mandamento expresso de Deus, praticariam o pecado.
6.      Voltar para Jesus:
        A finalidade de todo arrependimento e conversão é Jesus e a confissão dEle como Senhor da vida e especificamente daquela área onde houve arrependimento especial (Rm 10, 9-10). O falso arrependimento afasta da pessoa de Jesus e tira a confiança nEle. Ser cristão se torna um fardo pesado e duro de ser carregado. É preciso entender que ser religioso não significa ter Jesus e nem ser nascido de novo.
       Precisamos ter o nosso “yom Kipur”, dia de arrependimento verdadeiro, para que a Igreja possa manifestar a verdadeira glória de Deus. Enquanto nosso coração estiver endurecido e não houver convicção do pecado, arrependimento e conversão, a Igreja não será gloriosa.
       Que o Espírito Santo nos conceda verdadeiro arrependimento. Busquemos esta experiência!