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Frentes de Oposição / Mundo a
ASSOCIAÇÃO JESSE DE ARAÇATUBA        
                    “JESUS É O SENHOR”
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TRÊS FRENTES DE OPOSIÇÃO AO PLANO DE DEUS
 
1o.) Mundo       (a)
 
“A Mãe Igreja alegra-se em encontrar em seu seio muitos homens e mulheres
 que seguem mais estreitamente a exinanição do Salvador e mais claramente a demonstram, aceitando a pobreza na liberdade dos filhos de Deus e renunciando às próprias vontades”.      LG 42
 
            Nestes últimos dias Deus tem nos falado a respeito do amor, como algo a ser renovado no meio da Igreja.  Falou-nos do amor sem restrições, que sacrifíca-se pelo outro, que é capaz de renúncias, pois o Senhor está nos chamando para dar um passo além do que temos dado até hoje: entregar-se totalmente, dar TUDO a Ele, o melhor de nós, de nosso vigor físico, de nossas emoções, pensamentos, inteligência, vontade, enfim todo nosso ser.
            Por outro lado temos visto que o mundo tem enredado o povo de Deus e “os espinheiros” têm sufocado a semente plantada pelo Senhor (Mc 4,7).  Muitos têm deixado o plano de Deus para suas vidas por causa dos cuidados do mundo, quer seja por receber ‘ofertas’ atraentes, ou por escravizar-se com as dificuldades deste século.
            O Senhor tem nos levado a buscar o espírito contrário ao que está invadindo a Igreja, como forma de luta e resistência espiritual.  Já aprendemos que para lutar nas esferas celestiais e combater um determinado espírito maligno, devemos nos levantar em um espírito contrário a ele.  Contra este espírito de egoísmo e orgulho, temos que nos levantar em amor e humildade; contra o espírito de consumismo e mundanismo, temos que nos levantar em pobreza e amor às coisas do alto.
            O Senhor tem falado a nossos corações que o tempo urge e o fim está próximo.
            Um novo mover de Deus está para vir sobre a Terra para preparar a Igreja do Senhor para o encontro triunfal com Jesus.  O Espírito Santo se moverá como nunca antes, a fim de tirar as rugas e as manchas da noiva, para apresentá-la pura e irrepreensível ao noivo. Sabemos que o julgamento de Deus começa com a Igreja para que ela não seja julgada com o mundo (1 Co 11,32; Hb10, 30-31) e precisamos nos preparar para não sermos pegos de surpresa.
            É importante lembrar que todas as vezes que Deus enviava juízo sobre seu povo, sempre os avisava antes, para que tivessem tempo de se arrepender (Am 3,7).  Nestes dias o Senhor tem chamado seu povo ao arrependimento de seus pecados e à santidade. Tem chamado a Igreja a deixar de ser profana e ‘misturada’ com o mundo, de forma que já não se consegue distinguir a diferença entre Igreja e mundo, sacro e profano. É preciso que a Igreja seja purificada para que possa causar impacto no mundo e fazer frente a satanás, pois lutar com o diabo requer uma totalidade de espírito para com Deus (tudo para o Senhor) de forma que o inimigo não encontre nada em nós que possa reivindicar para si.
            Deus quer levantar uma geração de homens e mulheres que possam dizer como Jesus: “aí vem o príncipe deste mundo;  e ele nada tem em mim” (Jo 14, 30).  Aí está o segredo do poder de Jesus sobre satanás: o diabo não encontrava nada dele em Jesus, nenhuma influência, nenhuma força, nenhuma possessão. O coração de Jesus era totalmente de Deus
            O Senhor está chamando um povo que pague o preço, que aceite ser purificado no fogo, até que não haja mistura, de forma que tudo da velha criação seja eliminado e satanás não ache mais direito legal de agir (Ml 3, 1-5).
            A igreja terá poder sobre o diabo, não com gritos, correntes de libertação e tantas outras coisas que se tem feito nestes dias, mas com vidas santas, que se deram totalmente ao Senhor.  Com uma geração profética, no espírito e poder de Elias e João Batista; homens que impactaram sua geração com uma mensagem de arrependimento e volta para o Senhor; homens de jejum e oração, radicais em sua mensagem (não temiam denunciar o pecado de quem quer que fosse), usados para trazer avivamento.
            Nestes dias, o Senhor nos chama a estudar e conhecer um dos agentes que mais se opõe ao Senhor no seu plano para a Terra: o mundo.  Existem três frentes de oposição à Trindade Santa: a carne se opõe diretamente contra o Espírito (Rm 8,7); satanás contra Jesus (Gn 3,15) e o mundo contra Deus (Tg 4,4). Vamos iniciar estudando como o mundo se coloca contra Deus.
            Em Gênesis observamos a criação do mundo e como Deus, olhando para seu plano eterno de Criador, refere-se a ele como “era muito bom” (Gn 1,31).  Deus havia planejado uma criação da qual a raça humana, sua semelhança, seria a expressão máxima, pois expressaria o caráter de Deus.  O homem foi criado com a ‘marca’ de Deus em seu caráter: santidade, e deveria dominar sobre toda a criação, refletindo este caráter. Já estudamos a Igreja e o plano de Deus de formar uma companheira idônea para seu Filho. Satanás interveio nesta ordem de coisas e ao tomar posse da Terra, perdida por Adão, passou a imprimir seu caráter sujo e destruidor na criação. Assim o mundo passou a refletir a imagem dele e a ser um sistema a serviço de seu plano arrogante e pérfido (basta ver a situação do mundo: natureza destruída, guerras, fome, violência, injustiça, sofrimentos sem fim, drogas, morte).
            Apesar da Terra ter sido ‘hipotecada’ ao diabo (ver estudo de Jesus), ele não tem nenhum tipo de amor ou consideração por ela, pois ele é todo ódio e transfere este sentimento para a criação e a humanidade, sendo bem definida sua ação por Jesus quando disse que ‘o ladrão veio para matar, roubar e destruir’ (Jo 10,10).
            É preciso ficar claro que o diabo é o príncipe deste mundo (Jo 12,31; 14,30; 16,11; Ef 2, 1.2) e de tal forma, possui os reinos deste mundo, que pôde oferecê-los a Jesus, na tentação do deserto (Mt 4, 8-9), por isso João nos alertou: Sabemos que somos de Deus, ao passo que todo o mundo está no poder do maligno (1 Jo 5,19).
            Para entendermos melhor o conceito bíblico de mundo, verifiquemos o significado desta palavra no novo testamento (N.T.):  a palavra ‘kosmos’ traduzida por mundo, no grego clássico originalmente tinha dois significados: a) ordem ou arranjo harmonioso b) embelezamento ou ornamentação (kosmeo). Esta idéia do item a, nos permite compreender a origem do uso da palavra ‘kosmos’ no N.T., como tendo um ‘arranjo’, uma ‘organização’ por trás do mundo visível como conhecemos, cujo príncipe e comandante é satanás. 
            Em Jo 12,31, Jesus diz que agora (com sua morte), seria o julgamento do mundo e a expulsão de satanás. Ora, sabemos que o mundo material e seus habitantes ainda serão julgados no fim dos tempos, então o que estava sendo julgado ali era esta ‘ordem’, esta mente por detrás do mundo material, ou seja, o sistema. Com a morte de Jesus e o julgamento e expulsão de satanás, surgiu um ‘novo sistema’, do qual satanás está fora e, portanto não tem poder nenhum: a Igreja.
            O importante é que compreendamos o que a bíblia quer nos ensinar a este respeito. O apóstolo João teve uma grande revelação sobre o mundo, tanto que em seu evangelho e epístolas a palavra ‘mundo’ aparece no total, 105 vezes! Através de João, é que nos vêm as maiores luzes sobre este assunto. Ele nos apresenta o mundo como um sistema, uma organização a serviço do diabo e seus planos malignos, opondo-se diretamente a Deus como criador. Se o mundo está no poder do maligno, tudo de que é formado o mundo está sob o poder do maligno, portanto, o sistema que rege o mundo está sob este poder.
            Deste sistema fazem parte tudo o que pode continuar independente da ação de Deus, ou seja, pode prosseguir por conta própria, sem necessidade da intervenção de Deus, tudo o que segue seu curso natural. Por exemplo, a ciência segue seu curso natural: os homens vão acumulando conhecimento e fazendo pesquisas, descobrindo novas coisas a cada dia. Para isto, usa sua inteligência humana e não é necessária uma intervenção direta de Deus, tanto que o homem pode usar esta inteligência para o bem ou para o mal... (o mesmo avião que transporta, pode ser usado para atirar bombas). Mas para que nasça um cristão pelo novo nascimento, é necessária a intervenção direta de Deus; para qualquer ação no Reino de Cristo é necessário estar nEle, mover-se nEle.
            É do Espírito que vem todas as ações que são feitas na Terra pelo seu povo (manifestação de dons, transformação do caráter, santidade, pregação), se uma ação praticada aqui não nascer de Deus, não tem valor espiritual, é mundana (1 Jo 4,7; 5,18); é por isso que Paulo diz que se dermos todo o dinheiro aos pobres, ou profetizarmos, ou dermos nosso corpo para ser queimado, mas não tivermos amor, nada seremos    (1 Co 13 1-3);  pois toda ação que não é gerada em Deus, mesmo com aparência de piedade, faz parte do sistema mundano (acontece independente de Deus).
            Já podemos concluir que do ‘mundo’, não faz parte apenas o que é ruim a nossos olhos, como pornografia, malícia, carnaval, etc., mas também aquilo que aparentemente é inofensivo, como ciência, tecnologia, política, artes, educação, religião, lei, literatura, música, comércio e outros.           Tudo isto faz parte deste sistema maligno e opõe-se contra Deus.
            Satanás não vai tentar cristãos verdadeiros com pecados óbvios, pois rapidamente perceberiam o perigo, mas tenta-os com as coisas mais sutis e aparentemente inofensivas, mas que é suficiente para afastá-los do plano de Deus e impedí-los de alcançar novos patamares na espiritualidade.
            Nestes últimos dias temos visto um ataque imenso das forças do  mundo sobre os cristãos. Parece-nos que estamos vivendo os dias profetizados no apocalipse, em que novos e poderosos demônios seriam liberados do abismo, para o ataque final contra a Igreja     (Ap 9,1-4). O mundo vem se desenvolvendo ao longo dos tempos e seu poder para afligir o povo de Deus vem aumentando. Hoje a Igreja tem que enfrentar uma força no mundo que jamais enfrentou antes.
            No início da Igreja, ela enfrentava perseguição clara, visível, física (At 12; 2 Co 11), hoje enfrentamos uma perseguição sutil, uma força por trás das coisas materiais, que da mesma forma tenta nos levar à negação de Cristo e a seu plano para nós. Por ser oculta e disfarçada, o impacto desta força é maior, contando com a ajuda destes demônios que foram liberados para estes dias e para este fim.
            Percebemos então, que nos últimos dias não será apenas com a violência e o pecado que certamente aumentarão, que teremos que lutar, mas com o apelo espiritual das coisas cotidianas e corriqueiras, que não são pecaminosas, mas apenas mundanas (Lc17, 26-30). Nunca se falou tanto em comprar e vender, vestir-se e comer. Cada vez mais as pessoas são atraídas por esse poder que as leva a inquietar-se pelas coisas do mundo e isso acontece até mesmo entre os cristãos.
            Pessoas que antes nunca se importaram com estas coisas, estão procurando ‘investimentos’, seja em bolsa de valores, mercado imobiliário, aplicações financeiras, etc., cada vez mais vemos pessoas com profissões que não tem nada em comum com o mercado financeiro, envolvendo-se com ele. Os médicos estão adquirindo fazendas, o professor investe em ações, o dentista investe na bolsa, donas de casa fazem coisas para vender. Pessoas que antes não se preocupavam com isso, hoje estão especulando. Estamos sendo envolvidos por uma pressão em comprar e vender como nunca antes. Existe uma força satânica empurrando os homens para frente quer queiram quer não.
            Estamos diante de uma nova questão: não se trata apenas de pecado, mas de mundanismo. Estas coisas não são pecaminosas em si, mas a ânsia de adquirir bens, usufruir os prazeres deste mundo, leva os homens e muitos cristãos a se enredarem em laços do diabo, como dívidas, vícios, devassidão, que os torna escravos e os impede de seguirem livremente o Senhor e se tornarem uma benção em suas mãos.  Satanás tem usado das coisas simples deste mundo, como comer e beber, vestir-se, comprar e vender para aprisionar os filhos de Deus em sua ordem mundial que está preparando a vinda do anticristo.
            O Senhor Jesus exorta  a nos acautelarmos contra estas coisas aparentemente simples da vida, mas que podem se tornar um laço para nós e nos impedir de recebermos o Senhor quando vier (Lc21, 34).
            Muito temos a aprender com a vida dos santos. Para chegarem ao nível espiritual que chegaram não deixaram apenas o pecado, mas deram um passo além, foram pessoas que não estavam sob o poder do mundo e nem eram subjugados por ele, pois seus corações não estavam no mundo. São Francisco de Assis, santa Teresinha do menino Jesus, santa Teresa D’ávila, padre Pio, madre Teresa de Calcutá, entre outros, foram exemplos de vidas que venceram o mundo.
            Santa Teresinha nos diz a respeito do mundo: “Oh! Quanta compaixão não sinto pelas almas que se perdem!... É tão fácil nos desgarrar pelas sendas floridas do mundo... Não há dúvida, para uma alma mais formada a doçura que ele oferece vem mesclada de amargura, e o imenso vácuo dos desejos não poderia preencher-se com louvores momentâneos...”
 
            O autor de Imitação de Cristo nos exorta:
 
Jesus: Filho, não podes gozar de perfeita liberdade, enquanto não renunciares inteiramente a ti mesmo. Em escravidão vivem todos os ricos e egoístas, os cobiçosos, curiosos, que gostam de vaguear, buscando sempre as delícias dos sentidos e não as de Jesus Cristo, mas só imaginam o que não pode permanecer e só disso cogitam. Pois tudo que não vem de Deus perecerá. Conserva em teu coração esta breve e profunda sentença: Deixa tudo, e tudo acharás; renuncia à cobiça, e terás sossego. Pondera isto, e, quando o praticares, tudo entenderás”.
                                                                                                                      fevereiro/2003