ASSOCIAÇÃO JESSE DE ARAÇATUBA

“JESUS É O SENHOR”

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NOVO TESTAMENTO

ESTUDO SETE

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS CARTAS PAULINAS

         O Novo Testamento tem 27 livros dos quais 21 são cartas, ou seja,  77,77 % do texto do N.T.  Paulo escreveu 13 cartas, ou seja, 61,9% delas,  ao longo de 50 anos aproximadamente. Mais da metade dos textos das cartas vieram pelo ministério do apóstolo Paulo. No fim do séc. II, a coleção das treze “Cartas de Paulo” (lista que incluía frequentemente Hebreus) estava feita e era aceita em toda a Igreja como Palavra de Deus (2Pe 3,15-16). Eis um grande motivo para louvar a Deus por sua vida.

        Na época em que as cartas foram escritas não havia outro meio de comunicação à distância. O papel feito do papiro já estava mais acessível e com isso, tornou-se mais comum o envio de notícias através deste meio.  Os ricos enviavam seus servos para entregar suas cartas e as pessoas comuns através de amigos e conhecidos. Imaginem o quanto demorava! Hoje, em segundos conseguimos nos comunicar com pessoas do outro lado do planeta, mas naquele tempo, as pessoas viajavam a pé em sua maioria, portanto, a comunicação por carta levava meses e até anos para acontecer a entrega e a resposta. Mas era o que tinha de mais moderno, visto que antes disso as mensagens eram levadas apenas oralmente.

        Como os índices de alfabetização eram muito baixos, as pessoas utilizavam-se dos chamados “amanuenses” ou indivíduos letrados que escreviam o que lhes era ditado. Era um costume da época e os autores do NT também tinham essa prática (Rm 16,22).  Normalmente, o autor acrescentava uma saudação de próprio punho (2Ts 3:17; Gl 6:11).

        Os territórios abrangidos pelo império romano facilitavam a passagem de um país para o outro, o que contribuiu para a propagação das cartas.

QUEM ERA PAULO?

       Para que possamos entender melhor as cartas de Paulo, vamos conhecer um pouco de sua vida.

Era israelita da tribo de Benjamin (Rm 11,1). Todo judeu da diáspora (judeus que foram dispersos, isto é, saíram de Israel) tinha dois nomes, um em hebraico e outro latino, ou grego também. O Apóstolo dos Gentios era possuidor de dois nomes, “Saulos” o mesmo que Saul que significa o “desejado”; e um nome latino “Paulus” que significa pequeno. Nasceu em Tarso, que se localizava na Cilícia, que, nos dias de Paulo, pertencia à Síria por ter sido anexada por meio de Roma. Tarso era um lugar de belas paisagens, com um centro comercial muito próspero, cidade portuária com grande movimentação de mercadorias e de pessoas (provavelmente tinha mais de meio milhão de habitantes). Havia ali um apego e um entusiasmo grande com relação ao aprendizado, chegando a tal ponto que Tarso superou Atenas e Alexandria no Egito com sua universidade. Portanto era uma cidade com forte influência grega muito ligada à filosofia. Muitos de seus habitantes eram tecelões e faziam tendas a partir de um tecido grosseiro fabricado com pelo de cabra e tudo indica que Paulo aprendeu tal profissão ali (At 18,3).

        A educação judaica valorizava ao aprender, portanto, como todas as crianças de sua época, ia à escola que ficava ao lado da sinagoga. Aos cinco anos, iniciava seu aprendizado elementar sobre a lei de Moisés baseado em Deuteronômio, e estudava também os Salmos (113 a 118), nos anos subsequentes, estudava a história de Israel e, entre outros estudos, aos doze anos, tinha que aprender aos pés de um rabino, uma série de preceitos orais e divinos, essa fase pode ter acontecido tanto em Tarso quanto em Jerusalém, pois ele se mudou para lá, ainda bem novo, como ele mesmo chegou a dizer em Atos 22.3. “Mas criei-me nesta cidade (Jerusalém)”. Posteriormente Paulo fez o seu curso superior aos pés de Gamaliel, renomado mestre da sua época como ele mesmo testemunhou: “aqui fui instruído aos pés de Gamaliel”. Paulo é reconhecidamente o homem mais culto dentre os apóstolos.

Faz uma descrição de si mesmo em Gl 1,11-24. Sua conversão é narrada em Atos 9, 1-30; At 22,1-22; At 26, 13-23. Foi resultado da direta intervenção divina, transformando um cruel e ferrenho perseguidor da Igreja em um de seus mais fiéis seguidores e proclamadores.

Cidadão romano por nascimento (At 22, 25-28), ou seja, herdado dos pais, isso lhe foi muito útil e apenas uma pequena porcentagem de pessoas conseguia esse direito. O cidadão romano estava sujeito à lei romana, não às leis das províncias. Tinham direitos como os de haver bens e dispor deles como desejassem, participar nos cultos públicos, oferecer sacrifícios, colocar ações judiciais, apelar ao julgamento do povo caso não estivessem de acordo com uma sentença emitida pelo tribunal, contrair uniões legais, entre outras coisas.

        Paulo usou seus direitos como cidadão romano em três ocasiões registradas: (1) Ele informou aos magistrados filipenses que eles tinham infringido seus direitos ao espancá-lo. (2) Revelou sua cidadania para evitar que fosse açoitado em Jerusalém. (3) Ele apelou a César, o imperador de Roma, para que fosse ouvido diretamente por ele. — Atos 16,37-39; 22,25-28; 25,10-12.

        O livro de atos termina com a prisão de Paulo, mas sabe-se que não morreu nesse lugar. Foi solto depois disso e preso novamente na época da perseguição de Nero e morto em 64 ou 65 d.C.

       Paulo, em sua primeira experiência com Jesus (revelação de que Ele era o Messias), além da conversão já recebeu um chamado (Ananias – At 9,15-17). Primeiro teve que ser lançado ao chão (humilhado, ter suas convicções derrubadas), depois o chamado, que permeou toda sua vida e o fez resistir a todas as perseguições e oposições, permanecendo firme até o fim. Tinha muito claro sua missão de levar o evangelho aos gentios.

       Paulo tinha consciência de sua autoridade de apóstolo, portanto, a mesma de Pedro, Tiago, João (2 Cor 11,5) e a usa em cada carta que escreve.

Cronologia da Carreira Missionária de Paulo

Antioquia a Chipre- 552 km- até pafos- 170 a Perge -582 –AntioquiaPis- 175 km – Iconio -120 km- listra -30 km- Derbe- 100 km –perge a antioquia -745 km- (cerca de 3000 km).

Éfeso – jerusalem- cerca de (4.500 a  5mil km)