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Antigo Testamento / Eclesiástico 27
    ASSOCIAÇÃO JESSE DE ARAÇATUBA
“JESUS É O SENHOR
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ESTUDO VINTE E SETE
 
ECLESIÁSTICO OU SIRÁCIDA
 
PALAVRA-CHAVE: Temor do Senhor
VERSÍCULOS-CHAVE: 2,15-17
 
        Este livro foi escrito por Jesus Ben Sirac (Jesus filho de Sirac), por isso era chamado de sirácida ou sirácides. A partir de S. Cipriano  o livro foi chamado de Eclesiástico (livro da Igreja ou da assembleia), por usar muito de seus textos na liturgia.
        O autor provavelmente era alguém bem conceituado, um escriba com grande amor à lei que desejava passar suas meditações principalmente aos jovens aristocratas da cidade. Podemos deduzir do que escreve no livro, visto que o livro é resultado de suas experiências, que era um homem de família (30,1-2; 36,26-31) e ensinava (51,13), lia  e viajava muito (34, 12-13).
        Foi escrito na primeira parte do século II a.C., por volta do ano 180 a.C. Este foi um período de transição entre uma ocupação estrangeira liberal, pois os selêucidas da Síria que dominaram Israel a partir de 198 a.C., nos reinados de Antíoco III e Seleuco IV, foram muito favoráveis aos judeus contribuindo até para a restauração do templo (50,1-4). As conquistas de Alexandre, o grande, trouxeram uma nova forma de civilização, contidas no termo “helenismo”(ver estudo de Macabeus), que trazia consigo fusão de culturas, sincretismo religioso, universalismo tendendo a abolir fronteiras de raça e religião, glorificação das forças da natureza (ecologia?) e culto do homem. Este tipo de vida e pensamento causou grande impacto na vida da classe alta judaica já algum tempo antes dos escritos de Ben Sirac. Seu livro é uma “reação” a este impacto, prevendo a apostasia que isto poderia trazer. Logo haveria problemas entre as duas visões de mundo levando a uma escolha (1 Mc 1-2). A quem você quer servir? As palavras de Josué ecoavam e ecoam até hoje!
        O objetivo do autor é defender a religião do verdadeiro “Israel”, sua concepção de Deus, do mundo e sua eleição privilegiada. Na Lei está a verdadeira sabedoria revelada, não necessitando eles do pensamento e civilização gregos. Ele une a religião tradicional, a sabedoria comum e sua própria experiência de vida.
        O Eclesiástico, embora escrito há mais de 2000 anos atrás, tem um paralelo muito grande com nossa vida atual. É escrito para todo aquele que com sinceridade queira se comportar como um verdadeiro cristão neste mundo. Também vivemos uma época em que há uma grande fusão de culturas (globalização), sincretismo religioso (hoje é “politicamente incorreto” dizer que a sua religião é a verdadeira, pois no sistema atual, todas as religiões são iguais), a ecologia ganha muita força, levando até para um lado místico as forças da natureza. A “nova era” cada vez ganha mais adeptos e confunde até mesmo os cristãos com suas mensagens de paz, harmonia e fraternidade sem necessariamente passar por Jesus e a salvação, visto que, para eles,  Jesus foi um homem bom como foram Buda, Maomé e outros líderes, negando sua divindade, sua filiação, ressurreição e a necessidade de salvação.
        O livro trata de vários aspectos da vida comum. Fala de amizade, esmola, educação de filhos, mulheres, os médicos e a doença, a riqueza e a pobreza, os escravos, as festas (banquetes), a história antiga de Israel, os sacrifícios e o culto, Deus, a Lei, a criação, a liberdade do homem e a morte. São escritos de sabedoria que se baseiam no temor do Senhor. Este temor implica na fidelidade à Lei, na obediência a um Deus que é santo e que nos pede santidade (Lv 19,2).  A atitude do autor diante do Criador é de absoluta confiança, por isso fala tanto da oração, base de uma relação de intimidade.
Divisão do Livro:
1)      Prólogo: Introdução com detalhes da redação e tradução do livro.
2)      1ª Parte (1-42,14)- conselhos de todo tipo em torno de um elogio da sabedoria.
3)      2ª Parte (42,15-50,29)-meditação sobre as obras de Deus na criação e na história.
4)      Apêndice (51,1-30).
        Os ensinamentos do livro estão distribuídos ao longo de todo o livro, com conselhos para todo tipo de situação, desde como suportar provações (2,1-9), o dever de honrar os pais (3,1-16), a necessidade da esmola (3,30-4,10),  como reconhecer a verdadeira amizade (6,5-17), o orgulho (10,6- 11,28), passando pelas exortações contra a exploração do próximo (11,29-13,13), ensinamentos sobre o pecado e a tristeza (15,11-18,13), conselhos sobre comportamento (18,14-23,27), distinção entre a falsa e a verdadeira sabedoria (19,20-20,30), entre o sábio e o tolo (21,11-22,18). Ensina também a diferença entre coisas atraentes e coisas odiosas (24,1-36,17), como fazer julgamentos corretos (36,23-42,14) entre outras coisas, tudo fundamentado na sabedoria.
        Podemos concluir que, buscando a sabedoria com temor de Deus, podemos viver neste mundo como “luzeiros” (Fp 2,15), fazendo a diferença. O estudo contínuo da Palavra de Deus, unido à oração incessante, nos permitem adquirir a sabedoria e assim conhecer a vontade do Senhor. Este livro nos exorta a uma prática sincera. Não adianta apenas ler, é preciso buscar com sinceridade uma mudança de vida, agir de acordo como que aprendemos aqui (Tg 1,22). Jesus diz que aquele que ouve e não pratica, não tem firmeza nenhuma, não resiste às provações (Mt 7,24-27).  Grande parte dos problemas, das “enrascadas” em que nos metemos na vida, acontecem por não praticarmos aquilo que aprendemos, os conselhos que a Palavra nos dá. São consequências da desobediência.
        Este livro nos ajuda a compreender que não há deus como o nosso Deus. Nos diversos caminhos propostos pelo mundo, nossa única resposta, com sabedoria é “obedecer” o Senhor, custe o que custar!
 
QUESTIONÁRIO
1)      Por que o livro tem este nome?
2)      Quem é o autor do livro?
3)      Qual o contexto histórico em que o livro foi escrito?
4)      Quais as semelhanças entre o que viviam no tempo em que o livro foi escrito e o tempo atual?
5)      Cite dois ensinamentos do livro que marcaram você e por que.
6)      Por que é tão difícil praticar a Palavra?
7)      Será que temos sido ouvintes assíduos da Palavra nas missas, nos grupos de crescimento ou temos  faltado muito? Se não ouvirmos, como poderemos praticar?
8)      Como está sua leitura da palavra e oração? Tem sido diária? Quantas vezes você já leu a bíblia inteira?
9)      Você tem procurado praticar o que já aprendeu?
10) Conte alguma coisa que você percebe que mudou na sua prática por causa do que aprendeu.