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Antigo Testamento / Juízes 07
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ESTUDO SETE
 
JUÍZES
 
JUÍZES: Palavra-chave: governo do homem.              
      
Versículo-chave: 21,25
 
       
       O segundo dos assim chamados livros históricos recebeu o nome de “Juízes” em razão do conteúdo. O autor é desconhecido, porém a tradição atribui o livro a Samuel, o profeta. O período de que trata, entre a morte de Josué (1200 AC) e o início da monarquia (1020 AC), é marcado pela ação de uma série de personagens dos quais se diz que “julgaram” ou “salvaram” Israel. Esta terminologia serviu para se distinguir entre juízes maiores (Otoniel, Aod, Barac, Gedeão, Jefté e Sansão) e juízes menores (Samgar, Tola, Jair, Abesã, Elon e Abdon).
       O termo juízes designava aqueles que Deus escolheu para salvar o seu povo. Josué foi o primeiro juiz e Samuel o último. Era um tempo em que Deus queria ser o chefe, o rei do seu povo, governando sobre ele. Isto é o reino de Deus: Deus no governo.
       Este livro descreve o que talvez seja o período mais baixo da história de Israel no V.T. O povo estava na terra, mas não se tornaram uma benção para todas as famílias da terra como era o desejo de Deus (Gn 12,3), pois não guardaram a lei do Senhor. Era um tempo de anarquia, com Deus querendo governar, mas o homem com sua rebeldia não permitindo e trazendo confusão e opressão para a terra.
       Este tempo de desorganização e desgoverno trouxeram como conseqüência a idolatria e a conformidade com o mundo, que por sua vez levou Israel de um povo conquistador e vitorioso à ruína e opressão. A unidade foi perdida, as tribos tomaram o lugar de um só povo. A fé e fidelidade deram lugar à descrença e inconstância. O tabernáculo ficou oculto em trevas e houve apenas uma menção ao sumo sacerdote (20,28).
       Vamos verificar o texto de Jz 2,6-19. A partir deste texto chave podemos entender todo o ciclo (acontecimentos que se repetem) que acontecerá no restante do livro:
  1. Apostasia: Apostatar é abandonar o Senhor depois de já tê-lo conhecido e servido (vs. 11,12). Eles deixaram o Senhor e seguiram outros deuses. Muitas pessoas que já seguiram e serviram ao Senhor, sendo uma benção na obra, deixaram o Senhor para seguir outros deuses (trabalho, dinheiro, estudos, lazer, etc.). 2 Pe 2, 20-22; Hb 3,12-15.
  2. Aflição: (vs. 15), é a conseqüência de apostatar. Depois de abandonar o Senhor, mesmo estando na terra prometida, enfrentavam situações iguais as que seus pais passaram no Egito, pois o Senhor retirava a sua mão de sobre eles e o inimigo os oprimia e atacava. Muitos cristãos que abandonam o Senhor sofrem aflição como antes (Hb 12,25).
  3. Clamor: (vs 18; 3,7-9) Quando o povo experimentava aflição, angústia, opressão, clamava ao Senhor que se compadecia deles e lhes enviava um libertador. O Senhor tem compaixão de seu povo e não quer que nenhum deles se perca, ao contrário, permite que venham as aflições para que nos voltemos a ele com arrependimento no coração (Rm 10,13; 1 Tm 2,4).
  4. Juiz-libertador: (2,19) É o fim do ciclo e o começo de um novo. Deus levantava um juiz que os libertava. Quando eles novamente abandonavam o Senhor, ele os entregava ao domínio dos povos ao redor; mas não se esquecia deles e quando clamavam, ele atendia e levantava um libertador. Nosso juiz e libertador é Jesus. Quando clamamos a Ele, ainda que o tenhamos abandonado Ele continua fiel (2 Tm 2,13).
 
       Deus tem um princípio de sempre nos ouvir, porque é fiel e não pode negar-se a si mesmo, mas e nós? Quando o povo clamava, a única motivação era livrar-se da aflição. Quando Deus os livrava abandonavam-no de novo. Se a nossa motivação quando clamamos não for “mudar o nosso coração”, vamos cair novamente nos mesmos erros e abandonar o Senhor. Quantos cristãos hoje só procuram a Deus para resolverem seus problemas e depois acham muito difícil continuar seguindo-o, preferem uma vida cristã mais light, sem compromissos... Devemos entender que este ciclo não é o propósito de Deus para sua igreja.
       Vejamos algumas características do povo no tempo dos juízes:
  1. Viver para si: (17,6), cada um achava que devia fazer aquilo que ele achava que era certo. Não havia relacionamento com Deus para saber sua vontade. Não havia busca do desejo do coração de Deus. Cada um exercia sua religiosidade de acordo com o que queria (17,7-9; Rm 14,8-9).
  2. Mistura: (17,3), misturavam o culto a Deus com o culto de outros deuses. Esta mulher dedicou o dinheiro ao Senhor para fazer uma imagem de escultura. Ainda hoje há muita mistura na casa de Deus: músicas profanas com letras evangélicas, danças, imitação de dons, pregações que não tem unção, doutrinas cheias de mistura (procuram fazer o evangelho e o mundo andar juntos). Rm 12,2.
  3. Consultar sem obedecer: (18,5; 20,11); eles queriam saber a vontade de Deus, mas não queriam serví-Lo. Quando a condição de nosso coração não está certa diante de Deus, a resposta que virá não será certa. Deus não fica satisfeito com este tipo de consulta. Ez 20, 2.31.
4.       União falsa: (cap 20, 21); a união que eles tiveram não veio do desejo de ser um só diante Senhor, mas do desejo carnal de unir forças para destruir outra tribo. É muito perigosa a união que vem da carne, forçada ou com finalidades que não agradam a Deus. 1 Co 1,10.
 
       Deus quer governar sobre nós. Ele está chamando um povo que se deixe dirigir pelo Espírito, isto é, que deixe a vida de Deus fluir de forma natural em sua vida, que “ande no Espírito” (Rm 8, 3-9; Gl 5,25). Estas pessoas andaram segundo a vontade do Senhor através de negarem-se a si mesmas.
       Deus governou através de Moisés, Josué e alguns anciãos depois dele; mas depois deste tempo não havia alguém para ouvir de Deus e trazer este governo e o povo entrou em confusão e apostasia. O povo só servia a Deus se o líder sobre eles o servisse; não tinham um relacionamento direto com Deus. Nestes dias Deus está chamando um povo que queira ter um relacionamento com ele, que ouça sua voz e cumpra sua vontade; um povo que saiba discernir quando seus líderes estão ouvindo de Deus e trazendo sua palavra genuína.
       Os principais personagens são: Débora, a patriota; Gideão, o valente; Sansão, o forte ‘fraco’.
 
 
QUESTIONÁRIO
  1. Por que este livro recebeu o nome de juízes e o que designa este nome?
  2. Qual o autor do livro e que período compreende esta história?
  3. Por quê este livro descreve o período mais baixo da história de Israel?
  4. Quais as conseqüências que a desorganização e o desgoverno podem trazer?
  5. Quais as semelhanças que encontramos entre a igreja de hoje e Israel do tempo dos juízes?
  6. As muitas divisões da igreja hoje poderiam se assemelhar com a falta de unidade de juízes?
  7. Quais os 4 ciclos do tempo dos juízes? Explique como cada ciclo se assemelha com a vida na igreja nos dias de hoje.
  8. Deste 4 ciclos, verifique por quais você já passou em sua vida e ore ao Senhor clamando por perdão e pedindo um novo coração.
  9. Qual era a motivação do povo quando clamava ao Senhor? E a sua?
  10. Qual deve ser a motivação do nosso coração quando clamamos ao Senhor?
  11. Quais as características do povo no tempo de juízes?
  12. Explique a diferença entre viver para si e viver para Deus.
  13. Quais as misturas que você vê na casa de Deus hoje e que conseqüências isto pode trazer para a igreja?
  14. Quando consultamos a Deus de uma forma que lhe desagrada? Em sua vida, como tem sido a sua consulta a Deus?
  15. Baseado no item Consultar sem obedecer, como você poderia explicar a grande diferença de doutrinas entre as igrejas e até entre movimentos?
  16. Explique a diferença entre união falsa e verdadeira. Para você, como a igreja hoje pode buscar a verdadeira união?
  17. Como é o povo que é governado por Deus?
  18. O que temos que fazer para que Deus verdadeiramente governe sobre nós?
  19. Para você o que é negar-se a si mesmo? Dê exemplos de pessoas da bíblia que se negaram a si mesmas por amor a Deus.
  20. Por quê o povo só servia a Deus se o líder servisse? O que há de errado nisto?
  21. Quais os principais personagens deste livro? Faça um resumo da história deles e qual a mensagem que podemos tirar com seus exemplos.
  22. Para você o que mais marcou neste livro?