ASSOCIAÇÃO JESSE DE ARAÇATUBA

                    “JESUS É O SENHOR”

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NOVO TESTAMENTO

 

ESTUDO QUATRO

 

Evangelho de S. Marcos

 

Palavra chave: Serviço

Versículo chave:10, 45

 

        Quem é Marcos?  Era filho de Maria de Jerusalém, em cuja casa Pedro se refugiou depois de ser libertado do cárcere  (At 12, 12). Era primo de Barnabé. Acompanhou o apóstolo Paulo na sua primeira viagem a Roma (Col 4, 10) e esteve próximo dele durante a sua prisão em Roma (Fm 24). Depois (provavelmente após a morte de Paulo), tornou-se discípulo de Pedro, de quem teria recolhido as informações sobre Jesus (1 Pe 5, 13). Era chamado pelos “pais da Igreja” como intérprete de Pedro.

        O seu evangelho é comumente reconhecido como o mais antigo, utilizado e completado por Mateus e por Lucas. Parece que também os grandes discursos da primeira parte de Atos dos Apóstolos são uma retomada e desenvolvimento do evangelho de Marcos, a partir de Mc 1, 15. É-lhe atribuída a fundação da Igreja de Alexandria.

        Foi escrito em  Roma, provavelmente entre 65 e 70 d.C., depois do grande incêndio de Roma por Nero, que acusou os cristãos por este fato e iniciou uma grande perseguição contra eles.Escreve  para uma grande parte de não-judeus fora da palestina, a quem era preciso explicar os costumes e termos judaicos , particularmente aos Romanos, que eram centrados no “poder”. Escreve  também para pessoas que tinham receio de crer na vergonha da cruz, num mundo onde a fraqueza era desprezada e o poder estimado.

       Nesta época havia uma grande comunidade de Judeus vivendo em Roma. Estima-se que havia por volta de 40.000 judeus. Quando ocorreu o Pentecostes os judeus já se encontravam espalhados por todo o império romano (At 2:5-11); muitos foram para lá como escravos de guerra; outros foram por motivos religiosos, ou seja, para alcançar novos prosélitos (Mt 23:15), mas muitos poderiam ter ido por causa do comércio.Este fato foi fundamental para a propagação do evangelho por todo o mundo conhecido.

       A Igreja em Roma foi muito influente e proeminente entre as demais. Provavelmente iniciou-se com a conversão de judeus que estavam presente no dia de Pentecostes e com convertidos romanos. Era uma igreja com muitos cristãos e que produziu inúmeros mártires. Marcos escreve a esta igreja numa fase de perseguição onde vários líderes foram mortos por causa da fé em Jesus.

        O autor preocupa-se em revelar o Messias Onipotente que cura, ama, liberta e demonstra o poder máximo do seu amor no milagre da cruz e da ressurreição. Jesus é verdadeiramente o Filho de Deus que manifesta Seu poder aos homens. Em função disso, os milagres são mais proeminentes do que as parábolas e discursos. Após uma breve introdução, já começa a registrar os milagres (1,28) registrando detalhadamente pelo menos vinte dos seus mais extraordinários feitos. Há dois milagres que somente são mencionados aqui (7:31-37 e 8:22-26).

 

 

       Este livro não é uma biografia. Marcos tencionou apresentar a vida do mestre de forma bem resumida, enfatizando a sua mensagem, mais que o autor da mensagem. Não encontramos neste Evangelho como vemos em Mateus e Lucas a genealogia, a narrativa do nascimento, nem mesmo algumas pinceladas da infância do Senhor. Podemos observar que a começar pelo título há uma ênfase na mensagem do Senhor: Jesus é o Filho de Deus (1,1) e Seu Evangelho é a Boa Nova (1, 14-15) que deve ser anunciado a todas as nações (13,10; 14,9).

        Este Evangelho é conhecido como “o Evangelho da Ação”. O Evangelho de Marcos é marcado pela descrição de um ministério ativo, realizado por Cristo. Não encontramos o Senhor em nenhum lugar deste Evangelho descansando. É conhecido também  por sua sinceridade. Marcos é extremamente franco em sua narrativa, ele não hesita em mencionar a falta de entendimento dos discípulos (4:13; 6:52; 8:17,21; 9:10,32), que a própria família de Jesus o considerava como tendo enlouquecido (3:21), ele ainda diz que Jesus não podia realizar milagres em Nazaré por causa da incredulidade do povo (6:5-6). Marcos é igualmente sincero em “sua descrição das reações humanas de Jesus. As emoções como compaixão, ira, dor, severidade, tristeza, afeto e amor são todos atribuídos a ele”._

       Marcos não obedece cronologia, os fatos são apresentados de forma desordenada em uma linguagem muito próxima da oral. Sua característica principal é a indicação geográfica. As atividades de Jesus decorrem na Galileia (1,14) e arredores. A Galileia abrangia uma vasta porção de terra, com muitas cidades e vilas. Flávio Josefo, historiador judeu, afirma que “não somente há uma grande quantidade de aldeias e vilas, mas também um grande número de cidades (não menos que 240) bastante populosas.   Depois Jesus continua estendendo-se até as terras pagãs (7,24.31;8,27),  passa para Pereia e Jericó (cap. 10) e sobe para Jerusalém (11,1).

 

Mensagem:

         Marcos apresenta Jesus como sendo verdadeiro homem.   Ele precisava orar (1:35), comer (2:16), beber (15:36), sentia fome (11:12), tocava nas pessoas (1:41), e era tocado por elas (5: 27-28), ele se entristecia (14:34), e se indignava (10:14), sentia sono por causa do cansaço e era despertado após momentos de cansaço (4:38-39). Enquanto homem o seu conhecimento é limitado (13:32), de modo que se volta para ver quem lhe tocou (5:30), possuí corpo humano (15:43), um espírito humano (2:8), e inclusive poderia morrer (15:37).

        Marcos apresenta Jesus como sendo verdadeiramente Deus. Na sua apresentação do Messias  não há negação da sua divindade. Ele descreve Jesus como tendo domínio soberano sobre o reino da enfermidade (1:40-45; 8:22-26; 10:46,52;), dos demônios (1:32-34), e da morte (5:21-24,35-43), sobre os elementos da natureza (4:35-41; 6:48; 11:13-14,20); prediz o futuro (8:31; 9:9,21; 10:32-34; 14:17-21), conhece o coração das pessoas (2:8; 12:15), vencendo a morte (16:6). De acordo com Marcos as duas naturezas de Cristo, divino e humano, se encontram em perfeita harmonia na pessoa de Jesus. E isto pode ser percebido nas seguintes passagens (4:38-39; 6:34,41-43; 8:1-10; 14:32-41).

       

Temas:

 

1.      Jesus, Filho de Deus- o poder dos ensinamentos e das obras de Jesus contra as forças do mal  (1,21-45; 3,7-10), porém mantendo em segredo Sua identidade.O anúncio dos sofrimentos de Cristo sendo que o relato da paixão é o ápice do livro.

2.      O Discipulado – Marcos apresenta Jesus “chamando” seus discípulos (1,16-29); aumentando sua intimidade com eles na escolha dos Doze (3,3-19); ensinando

 

 

em particular e permitindo que  sejam testemunhas de milagres maravilhosos (4,35-5,43); anunciando a paixão e sendo incompreendido por eles (8, 34-38); mostrando a condição dos que querem segui-lo (9,33-50; 10,35-45).

Divisões:

 

1.      Mc 1,1-20- Introdução

2.      Mc 1, 21-8,38- Ministério

3.      Mc 9,1-16,20- Da Transfiguração à Ascenção.

 

Questões:

 

   1-   Quem é o autor do livro? Fale sobre ele.

   2-   Para quem foi escrito?

   3-   Como era a comunidade de judeus em Roma?

   4-   Por que os milagres de Jesus são mais proeminentes do que suas parábolas e discursos?

   5-   Podemos observar que a começar pelo título há uma ênfase na mensagem do Senhor.

   Qual é esta mensagem?

   6-  Por que podemos dizer que Marcos é extremamente franco em sua narrativa?

   7-  Quais as mensagens deste livro? Fale ao grupo sobre qual marcou mais você.

   8-  Quais os temas? Escolha um deles e veja como atinge sua vida hoje.

   9-  Para você, o que é e qual a importância do discipulado?

   10- Escolha um dos milagres de Jesus relatado por Marcos que marcou você e fale sobre ele.