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parte 2 - A Encarnação
ASSOCIAÇÃO JESSE DE ARAÇATUBA
                    “JESUS É O SENHOR”
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                                               JESUS (Parte 2)
 
 
A     E  N  C  A  R  N  A Ç  à O
 
(Jo.1,14)   E  O Verbo Se Fez Carne E Habitou Entre Nós...
 
Doente, a nossa natureza precisava ser curada; decaída, ser reerguida; morta, ser ressuscitada. Havíamos perdido a posse do bem, era preciso no-la restituir. Enclausurados nas trevas, era preciso trazer-nos à luz; cativos esperávamos um salvador; prisioneiros, um socorro; escravos, um libertador. Essas razões eram sem importância? Não eram tais que comoveriam a Deus a ponto de fazê-lo descer até a nossa natureza humana para visitá-la, uma vez que a humanidade se encontrava num estado tão infeliz?                  S. Gregório de Nissa, Or. Catech. 15.
 
                        A palavra grega “skenoõ” em Jo 1,14, significa “erigir ou armar tenda” e é traduzida por “habitou”, numa alusão ao tabernáculo (mishkãn, em hebraico, que significa ‘habitação, tabernáculo, santuário), aonde o Senhor viera habitar no meio do povo de Deus (Ex 25,8-9; 40,34; Lv 26, 11-13).   A presença de Deus nestes versículos é salientada. Essa presença  tornou-se visível por meio  do “Logos” na carne. Assim,  Deus contava com seu  tabernáculo   aqui na terra.  No V.T. o tabernáculo tanto era um lugar de habitação, como de encontro com Deus. Em Jesus, Deus habita e se encontra conosco. (Col.2,9); (Jo.14,6) .
                        Vamos estudar agora o porque do “Logos” se encarnar. Qual a necessidade do Pai entregar Seu Filho único? O que levou o Filho a aceitar “se esvaziar” de Sua glória (Fp.2,7) e se encarnar?
                        É preciso voltar para o Gênesis e compreender as implicações legais da queda do homem, no Éden. É preciso termos em mente, que Deus é infinitamente justo, por isso   incapaz de burlar as próprias leis, estabelecidas por Ele no universo. Ele pode fazer o que quiser, porque é onipotente, mas como é absolutamente justo, tudo o que faz está  rigorosamente dentro das normas que Ele estabeleceu.
                        Originalmente o homem foi  feito para ter  autoridade  e domínio  (Gn.1,26). Deus deu a ele o governo da terra   (Sl. 8,7; 115,16 ou 113,24).    Legalmente  tudo  pertencia   ao homem, mesmo sendo obra de Deus.
                        Adão fracassou na sua missão de governar. Ele perdeu tudo o que possuía, quando optou por obedecer a satanás.  Agora  era escravo e tudo que era dele,  pertencia  legalmente a satanás (Rm.6,16). Satanás passou a ter autoridade legal para governar o homem e a terra. Esta é a maneira de agir até os dias de hoje, do inimigo: ele usa o homem para atingir seus propósitos malignos. Ele não pode agir na terra, a não ser através do ser humano, por isso  engana-o, como fez com Eva, toma-lhe a autoridade e a usa para destruir o próprio homem. Muitos se perguntam onde está Deus, diante de tanta atrocidade que se vê sobre a terra. A resposta está em que o homem deu autoridade ao diabo para que efetuasse toda esta violência, e o Senhor olha com profunda tristeza para o sofrimento da humanidade, porém é através do homem que Ele se oporá a todo este mal, por isso o incansável trabalho do Espírito Santo para preparar a igreja , afim de que o povo de Deus se manifeste e detenha o maligno. Deus deu a bola a Adão, e este a perdeu para satanás (Mt. 4,8-9).   Deus podia arbitrariamente tomar de novo a bola e dá-la novamente a Adão, mas estaria  indo  contra   a sua própria justiça. É como alguém construir uma casa, ir ao cartório e registrá-la   no  nome de alguém. Legalmente a casa pertence agora àquela pessoa que possui  a escritura.   Se esta pessoa, perder a casa em alguma dívida, o indivíduo que construiu, não pode ir lá e tomar   a casa de volta. Ele precisa resgatar a dívida legalmente, para ter de novo a casa por ele construída.
                        Deus sabia que o domínio de satanás precisava ser revogado. Era preciso  encontrar um meio legal de redimir o homem caído, de resgatar  sua dívida com satanás.        Mas como?  Deus não poderia fazer isto, passando por cima do homem, porque não seria justo.
                        Nenhum anjo poderia fazer isto, porque não foram eles que perderam a terra, visto que não pertencia a eles.  Era necessário que um membro da  raça  de Adão,  se  qualificasse para entrar com um processo no tribunal  universal e  tirar de satanás  a herança e  o domínio que Adão perdera. O  governo  da terra foi  dado ao homem.  O homem perdeu-o.  Só um homem poderia legalmente recuperá-lo. Por isso logo após a queda Deus faz uma promessa em (Gn. 3,15), afirmando que um descendente da raça de Adão, um filho de mulher (Gl 4,4), esmagaria a cabeça da serpente, embora fosse ferido no calcanhar.
                        Acontece que Adão tornou-se escravo de satanás, e igualmente toda sua  descendência (II Pe 2,19 b),(Rom 3,10.22.23).  Era  preciso encontrar  um homem sobre quem satanás não tivesse direito legal, alguém que tivesse condições  de cancelar, num tribunal   o domínio de satanás.
                        Parecia um caso perdido, mas Deus encontrou a solução:
 
A Encarnação    -    (GL.4,4-5)
 
                   Jesus foi concebido pelo Espírito Santo, logo NÃO era filho, de Adão.  Satanás não tinha nenhum direito sobre Ele, pois Ele não tinha a semente do pecado;  Logo  não   era escravo. Porém era nascido de uma mulher, um autêntico ser humano, capaz de qualificar-se para entrar na luta legal e reclamar a propriedade que Adão perdera.
 
 
                   Necessidade Do Nascimento Virginal
 
                   (Lc 1,35) Era necessário, que esse homem não  fosse descendente de Adão  e não carregasse a semente do pecado, por isso era indispensável o nascimento virginal. Não fosse assim, Ele seria escravo como qualquer  outro.  Além disso, o desafiante de  satanás tinha que ser não somente humano, mas alguém que provado, fosse moral e espiritualmente perfeito, um justo, “cordeiro sem mácula” (Ex.12,5) , (I Pe 1,18-20); um homem absolutamente sem pecado. Se Jesus não fosse filho de Deus por meio de Maria, em razão de uma concepção sobrenatural, Ele teria herdado o pecado de Adão e não conseguiria viver uma vida absolutamente pura, teria caído sobre o domínio de satanás, e não poderia entrar neste conflito legal.  A fim de qualificar-se legalmente, Ele tinha de ser verdadeiramente humano. A fim de qualificar-se moralmente, tinha de ser indiscutivelmente divino.
                        Jesus sempre se apresenta como Filho do homem, para mostrar que como homem é que Ele agia aqui na terra, e na condição humana, isto é, com os recursos disponíveis a um homem, iria resgatar a humanidade.
 
                                      Jesus , O Homem
 
                   Como homem e sem pecado, não estava sob domínio de satanás. A única chance de o inimigo ter uma base legal de autoridade sobre Jesus, e assim vencer a guerra, era persuadi-lo, tentá-Lo a romper Sua comunhão com o Pai. Ele tinha que pressioná-Lo a rebelar-se e atuar independentemente, assim com fez Adão.  Essa era  a estratégia.  Essa  a grande e terrível batalha. O destino dos homens dependia desta luta. Se satanás conseguisse por uma única vez prevalecer sobre Jesus, e fazer com que Ele desobedecesse ao Pai, seria vencedor, e o mundo permaneceria eternamente nas mãos do inimigo.
                        Embora Jesus fosse “verdadeiro Deus de verdadeiro Deus”, tinha de travar esta batalha e vencer como “verdadeiro homem de verdadeiro homem”.   Jesus  teria que vencer com os mesmos recursos disponíveis a Adão. Ele combateu satanás e venceu, puramente como homem . De Belém ao Calvário, o conflito foi furioso.  Para recuperar a herança do primeiro Adão, o último Adão e Lúcifer tiveram um combate mortal. Foram 33 anos de fúria contínua. O outrora “filho da Alva” (Is 14,12-15), guardião do trono de Deus, o mais elevado de todos os seres criados antes de Adão, usou todos os recursos disponíveis no inferno, num esforço por desfazer  a lealdade de  Deus-Homem com seu Pai Celestial. Uma só fraqueza, uma pontinha de rebeldia e tudo estaria perdido. Esse inimigo pervertido, fez o máximo durante os anos em Nazaré, na tentação do deserto, na oposição  dos escribas e fariseus, no  Getsêmani,  na sala  de   julgamento  de Pilatos, na crise do Calvário. Até o último momento, ele lutou para que Jesus não agisse como homem, e assim se desarmonizasse com o Pai.  Até hoje luta contra os filhos de Deus para que desobedeçam ao Senhor. O inimigo sabe que não pode nada contra aqueles que estão em obediência, por isso tenta os servos de Deus a saírem do plano do Senhor e agirem por conta própria. O diabo não se importa se você está orando, pregando, trabalhando até de madrugada na obra do Senhor, se estiver fazendo isso por iniciativa própria. Muitas vezes ele tenta distrair a atenção do povo do Senhor com trabalhos religiosos, mas que não são a vontade do Pai para aquele momento. Satanás teme profundamente àquele que conhece e pratica a vontade do Senhor. Os fariseus eram profundamente religiosos, no entanto desagradavam muito a Deus, porque agiam segundo seus interesses, conceitos e vontade. Jesus jamais cedeu a este tipo de tentação, e nós devemos fazer o mesmo. Antes de qualquer coisa deve existir em nós o desejo de cumprir a vontade do Pai, nem que para isso seja preciso morrer, como foi com Jesus. Deus se agrada muito mais em ser obedecido, do que com qualquer tipo de ritual religioso (1 Sm 15,22-23).
                       Que o Senhor nos capacite e dê o discernimento para conhecermos Sua vontade e cumpri-la. Que os nossos olhos possam ser abertos para compreender o que agrada verdadeiramente a Ele e assim possamos ser um povo fiel e que anda de maneira digna da vocação a que fomos chamados!