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Louvor / Quebrantamento 1
ASSOCIAÇÃO JESSE DE ARAÇATUBA
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QUEBRANTAMENTO
 
“Portanto, quando, confessamos nossas misérias e reconhecemos Tua misericórdia para conosco, manifestamos o nosso amor por Ti, a fim de que leves a termo a nossa libertação que iniciaste, e deixando de ser infelizes em nós, sejamos FELIZES EM TI, que nos chamaste a ter espíritos de pobres, a ser mansos, plangentes, devorados pela fome e sede de justiça, misericordiosos, puros de coração e pacificadores.”
Santo Agostinho, Confissões.
 
       Igreja, eis o tempo em que Deus nos chama para uma experiência diferente: quebrantar-se. Sabemos pela palavra de Deus, que antes da festa dos tabernáculos, acontece o dia do perdão (Lv 23,26-36). Estamos vivendo os dias de preparação para esta festa, ou seja, para a grande colheita final; mas ela só acontecerá após o tempo de arrependimento. Nestes dias o Senhor chama Sua Igreja para arrepender-se e voltar para Ele, passando por um quebrantamento.
       Mas o que é quebrantamento? Segundo o  novo dicionário Aurélio, quebrantar é “estalar; rachar; quebrar; abater; arrasar; mortificar; abater; tirar a energia a; debilitar; despedaçar.” E segundo a bíblia? É aplicar todos estes significados ao homem velho, isto é, levar à morte aquilo que é carne.
       Por quê é necessário quebrantar-se? Porque Deus tem necessidade de habitar, de tratar com o homem, mas não com qualquer homem, mas com aqueles que têm um coração  segundo o coração de Deus (At 13,22), para levar adiante Seu propósito para esta Terra.
       O Senhor nos diz que não desprezará um coração quebrantado (Sl 50,17);  e o cura (Sl 146,3); para que possamos ser vasos úteis na obra do Senhor. Nosso coração (alma) muitas vezes é muito duro e atrapalha o Senhor, não deixa o Espírito fluir. É a dureza de nosso coração que não deixa que entendamos a Palavra de Deus, Seus propósitos e planos, de forma que as coisas não acontecem em nossa vida.
       Reclamamos que estamos desanimados, cansados, perdemos o entusiasmo, esfriamos, parece que Deus não está operando em nós.  Quantas pessoas deixam o grupo de crescimento e às vezes até a Igreja, por causa disto. Jesus nos alerta que um coração insensível impede a conversão e por conseguinte a cura e libertação (salvação) em Mt 13,15. Se observarmos a continuação deste trecho, Jesus explica a parábola do semeador e fica claro que a terra é o coração e que nos três casos em que a Palavra não deu fruto, a razão estava num coração duro (Mt 13,18-23).
       No 1º caso, a semente que caiu à beira do caminho fala de um coração muito duro, pois o caminho onde todos pisam, é um chão batido, seco, onde a semente nem consegue penetrar. Os caminhos são os corações inquietos e perturbados com a passagem e tropel das coisas do Mundo, umas que vão, outras que vêm, outras que atravessam, e todas passam; e nestes é pisada a palavra de Deus, porque a desatendem ou a desprezam.
       Quantos “não têm tempo” para buscar a Deus e ouvir Sua Palavra? São corações extremamente inquietos com o que vão comer, beber, vestir, amanhã, ou seja com tudo que vai, vem ou atravessa sua vida. Acabam por encher o coração de medo, angústia, ansiedade, tendo por conseqüência tantas doenças da vida moderna ( síndrome do pânico, depressão, neuroses, etc.), portanto a Palavra que lhe é pregada é “roubada” pelo maligno, que rapidamente lhe sopra aos ouvidos, enganando-o . É a área das emoções, que precisa ser tratada.
       No 2º caso, as pedras são os corações duros e obstinados; e nestes seca-se a palavra de Deus, e se nasce, não cria raízes. O coração até recebe a Palavra, ela chega a nascer, mas os problemas e dificuldades o tornam cada vez mais duro. Ao invés de amolecer seu coração, as circunstâncias difíceis levam ao abandono do Senhor.
       Quantos de nós já não desanimaram, ou pensaram em desistir por causa dos problemas, ou por achar que Deus não está “resolvendo” como eu quero? As pedras são a vontade endurecida, forte, que não se deixa dobrar. Eu faço, eu quero, se não for assim eu saio. É interessante notar que Faraó teve um coração endurecido, que ainda que Deus operasse maravilhas, não se converteu.
       No 3º caso, os espinhos são os corações embaraçados com cuidados,  com riquezas, com delícias; e nestes afoga-se a palavra de Deus. Até ouve a Palavra, mas o coração está em outro lugar. As facilidades, o status, a beleza, os projetos de vida, são egoístas e não estão dispostos a deixá-los. É um quebrar na área da mente, que mantém seus projetos de vida, idéias do que é bom, intelectualidade. Os espinhos são muito enganosos, porque demoram um pouco mais para “sufocar” a Palavra, vão crescendo junto com o trigo. A mente, por ser racional, “justifica” a permanência dos espinhos.
        Nós temos uma esperança, não em nós,  mas na força e poder da Palavra, pois o trigo que caiu na boa terra, nasceu e frutificou; o trigo que caiu na má terra, não frutificou, mas nasceu; porque a palavra de Deus é tão funda, que nos bons faz muito fruto e é tão eficaz que nos maus ainda que não faça fruto, faz efeito; lançada nos espinhos, não frutificou, mas nasceu até nos espinhos; lançada nas pedras, não frutificou, mas nasceu até nas pedras. E mesmo com os corações de entendimentos (mentes) agudos e os  de vontades endurecidas sendo os mais rebeldes, é tanta a força da divina palavra, que, apesar da agudeza, nasce nos espinhos, e apesar da dureza nasce nas pedras.
       Nestes dias Deus tem nos chamado para nos deixarmos quebrar nestas três áreas de nossa alma: os sentimentos, a vontade e a mente. Elas formam barreiras para o fluir do Espírito em nós e não deixam que nos arrependamos e por fim nos convertamos.
       Quebrantamento leva ao arrependimento, que por sua vez leva ao perdão; que leva à liberdade e esta nos permite amar e adorar num nível totalmente diferente: sem impedimento.
       O quebrantamento é um processo onde Deus começa a quebrar nossa casca exterior da carne, isto é, nossas capacidades naturais, nossa autoconfiança, para que  o Espírito possa Ter total liberdade para agir, sem nossa interferência. É o tempo do senhor limpar a mistura dentro da igreja. Hoje existe muita coisa da carne misturada com manifestações do Espírito. É o cobre dentro do templo, no serviço do Senhor. Ele quer nos devolver o ouro, mas para isso temos que pagar o preço de nos deixar quebrar (Pv 17,3).
       Muitas pessoas tem alguma destas áreas mais fortes que a outra. Uns têm uma vontade ferrenha, por isso trabalham sem descanso e tentam obter tudo por seu próprio esforço. Basta ver o exemplo de Sara, que gerou Ismael por seu próprio esforço. Quis “ajudar” Deus a cumprir Sua promessa.
       Outras têm as emoções fortes, e se deixam levar pelo que sentem, sendo impulsivas, emotivas, muitas vezes explosivas, em momentos estando com ótimo humor e em outros estando lá em baixo; como Pedro, por exemplo.
       Outros têm a mente muito forte, são racionais, agem sempre pela inteligência, querem agir coma sabedoria humana, e são difíceis de se deixar tocar. Querem entender tudo com a inteligência, como Tomé por exemplo.
       As áreas em que humanamente somos mais fortes, são as áreas mais difíceis de entregarmos, porque achamos que damos conta sozinhos. Naquilo que somos fracos, prontamente nos colocamos em dependência de Deus, mas no que somos “bons”, resistimos. Por exemplo, uma pessoa que toque muito bem um instrumento  musical, tem dificuldade em deixar que o Senhor a ensine tocar para Ele, porque  acha que já sabe. Outra, fala muito bem, tem oratória, então quando vai pregar, confia em si mesma e tem mais dificuldade em se colocar em dependência.
       Desta forma, percebemos que todos nós precisamos de passar pela experiência de ser triturado, despedaçado, abatido, de forma que nossa carne fique sem energia para agir. Foi assim com Davi. Ele já nem ia mais à guerra e se deixou levar pelo poder, achando que podia tudo, inclusive roubar a esposa de um soldado seu. Deus precisou quebrá-lo para que entendesse que não era nada, pois Deus havia dado tudo a ele (1 Sm 11) e quando caiu em si, escreveu o salmo maravilhoso 50. Jamais teria conseguido deixar o Espírito fluir, se não tivesse sido quebrado por Deus. Isto nos ensina que quando estamos quebrantados é que surgem os melhores frutos em nossas vidas.
       Não nos esqueçamos das palavras de Jesus: “em  verdade, em verdade Eu vos digo, se o grão de trigo que cai em terra não morre, ele fica só; se, ao contrário, ele morrer, produzirá fruto em abundância”. Jo 12, 24.