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Lutando Esferas Celestiais - parte 4
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LUTANDO NAS ESFERAS CELESTIAIS
 ( parte 4)
 
 
“Quem se entrega a Deus não teme o demônio. Se Deus é por nós, quem será contra nós?”        S. Ambrósio.
 
 
lDominadores deste mundo- do grego “kosmokrator”, que literalmente significa                 ”governante mundial”. No grego domínio é “kuriotes”, isto é, “senhores, poderes angelicais que possuem domínios”(ef 1,21). Paulo parece querer demonstrar que esta classe era inferior em poder aos principados e potestades. Estes poderes são nossos adversários diretos, pois têm fácil acesso à esta terra, por isso são chamados “deste mundo” ( kosmos ). Provavelmente os demônios poderiam estar incluídos nesta classe.
              Para entendermos melhor, vamos estudar o significado da palavra “domínio”: segundo o dicionário Aurélio, significa dominação, autoridade, poder, posse,  senhorio, esfera de ação ou grande extensão territorial pertencente a um indivíduo. Podemos, pois, inferir que estes seres espirituais possuem poder, posse ou influência sobre alguém ou alguma coisa, ou até mesmo um local. A palavra “dominar”, significa ter autoridade, poder, influência sobre, ou ocupar, tomar posse  de. Em função destes significados, acreditamos que estes dominadores, exercem influência, poder e até mesmo posse de pessoas ou postos. Eles impõe sua opinião e vontade aos homens, aos quais obtém acesso.
              Como vimos,  no grego, a palavra “dominadores” (kosmokrator), nos dá a idéia de governo,  autoridade, de atuação em campos de governo e sistemas capazes de exercer influência. A palavra “domínio” (kuriotes) nos dá a idéia de posse de domínios, isto é, possuir uma extensão territorial no nível espiritual, ou uma esfera de ação, um campo onde exercem influência sobre os homens. Daí podemos concluir que os “dominadores deste mundo”, atuam na terra tomando posse, exercendo influência sobre sistemas de governo terreno, nos seus mais diferentes níveis, afim de através destes sistemas influenciar os homens e abrir espaço para satanás ganhar terreno em sua luta contra a igreja de Cristo ( Ap 12,13). Eles atuam em todas as áreas onde existe qualquer tipo de governo ou autoridade, desde o governo de um país, estado, município, até as estruturas de autoridade nas escolas, firmas, igrejas, sindicatos, corporações, clubes, hospitais e na família. Também nos diversos sistemas de influência, como a mídia, projetos educacionais, políticos e sociais, etc. Esta atuação é muito abrangente, porque todos nós vivemos sob a influência de alguma autoridade e governo, e é aí que ele tenta entrar.
               Esta classe de seres espirituais está diretamente sob a autoridade e influência do principado e potestade a que estão sujeitos. Dependendo do tipo de potestade sobre uma região, será o tipo de atuação dos dominadores.
              Na bíblia,  as autoridades sentavam-se às “portas” da cidade para decidir sobre os rumos à tomar e as “muralhas” eram a primeira ação para proteger o povo dos ataques do inimigo ( Ne 2,13;17 ).  Quando o inimigo consegue destruir a muralha de proteção e as portas, fica fácil tomar o controle do governo de uma região espiritual. O diabo sabe que as estruturas de governo de uma sociedade são legítimas, porque são instituídas por Deus ( Rm 13, 1-4 ), e estão a Seu serviço para conter o avanço do mal. Deus na sua infinita misericórdia, sabendo da maldade de satanás deixou meios de proteção a seu avanço, tanto para os justos quanto aos injustos (principalmente para estes). Sem as autoridades e os códigos de ética sociais o mundo se tornaria um caos completo, com cada um fazendo o que lhe apraz. O que faz as pessoas não roubarem é o medo de serem presas, o que inibe a violência muitas vezes é o medo das conseqüências. Em Nova York foi instituído o programa de tolerância zero para com a violência, com uma atuação efetiva das autoridades nos vários níveis de governo, em resultado houve uma diminuição drástica da violência. Em contrapartida, no  Brasil, em função das dificuldades de governo, e as facilidades de se escapar da polícia, a violência tem alcançado índices históricos. E assim em todas as outras instâncias, quando as autoridades não cumprem seu papel, aumenta consideravelmente todo tipo de iniquidade. 
              O inimigo tem como estratégia derrubar estas muralhas para poder se infiltrar na sociedade e levar a cabo seu plano maligno. O seu grau de domínio está diretamente proporcional ao desmoronamento das instituições. Daí é fácil entender o porquê do ataque ao casamento, família, escola. Ele destrói as muralhas de proteção, ou vai fazendo pequenos rombos por onde pode entrar e fazer o que lhe é próprio: roubar, matar e destruir.
              O primeiro grande alvo é colocar lideranças ímpias no poder. Muitos governantes são praticantes de feitiçarias e entregam seu poder a satanás, que passa a governar por meio deles. Outros são desonestos, corruptos, sem caráter, e por estas brechas o inimigo passa a ter domínio sobre eles e consequentemente sobre a esfera de governo deles. Um senador, um juiz, um delegado ímpio, cede sua autoridade ao diabo, mesmo sem ter consciência disto, e todos os que  estiverem sob sua autoridade estarão expostos ao ataque do inimigo. Os maus governantes derrubam as muralhas e os dominadores assumem o controle. O que aconteceu aos sérvios é um exemplo claro. O presidente deles era um homem terrivelmente mau e levou-os a uma guerra étnica sangrenta; o ódio se espalhou pelo coração de todos e as conseqüências foram horrendas.
              Qualquer governante que não exerça seu papel deixa espaço para que os dominadores entrem em ação. Um prefeito fraco, um bispo que se omite, um chefe que não se manifeste, um pai que não corrija, são brechas para os dominadores entrarem com a posse, o domínio desta estrutura. Portanto a omissão, é outro alvo do diabo. Com lideranças omissas, os que estão debaixo destas autoridades tornam-se alvos vulneráveis aos ataques do maligno.
              Outro nível de brecha é a rebeldia.  Segundo o dicionário Aurélio, rebeldia significa revoltar-se contra autoridade constituída, teimosia, obstinação, insubordinação. Quando Saul insubordinou-se (não obedeceu) às ordens e quis seguir obstinadamente seu próprio entendimento, Samuel dirigiu-lhe uma dura palavra: “Porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e a obstinação é como a idolatria e culto a ídolos domésticos” (I Sm 15,23). Quando nos rebelamos, abrimos a brecha para satanás, assim como é feito nas feitiçarias. A feitiçaria e a idolatria abre um canal direto com o mundo espiritual maligno, e a rebeldia também. Estar sujeito à autoridade não significa que não podemos ter opinião própria, ou discordar de outrem, mas significa não trazer revolta no coração e não se opor aos líderes simplesmente porque estão em posição de autoridade. Quando Pedro  disse que preferia obedecer a Deus do que aos homens (At 5,29), não saiu por aí fazendo campanha para derrubar àqueles que o açoitaram, nem tampouco se achou revolta no seu coração, ao contrário regozijou-se por ser achado digno de padecer pelo Senhor (At 5,41). Tanto a obediência, quanto a rebelião brotam do coração, e quando deixamos que a rebelião tome conta e tentamos derrubar uma autoridade, nos aliamos ao inimigo e servimos aos seus propósitos.
              A nossa posição enquanto igreja do Senhor, é orar pelas autoridades (I Tm 2,1-2), para deter o avanço e a posse dos dominadores. Também é identificar as brechas e nos posicionar para tapá-las (Ez 22,30). A igreja é a única que pode deter o avanço do domínio espiritual maligno sobre uma nação. Devemos procurar onde foram feitas brechas nos diversos seguimentos sociais, e nos posicionar para mudar o quadro. Vamos começar em  nossos lares procurando a restauração da autoridade  paterna, levando nossos filhos a uma restauração de seus relacionamentos com os pais. Vamos restaurar o altar do Senhor em cada lar. A partir daí comecemos a nos posicionar nos diversos seguimentos sociais a que temos acesso, com oração , súplicas e se necessário e possível for, com uma voz profética denunciando as injustiças e enganos. É tempo de cada servo de Deus entender sua importância dentro da obra como um trabalhador na reedificação dos muros, cada um servindo onde o Senhor o chamou. Cada local de trabalho, cada lar, cada cidade, é um posto de serviço dentro da obra de Deus. Ninguém deve dizer: “ Eu  gostaria tanto de trabalhar mas não sei o que fazer...”; porque cada um de nós já está posicionado por Deus onde atuar. Cada um de nós deve ser um servo fiel onde Ele nos colocou. E que possamos proclamar como Neemias:
 
O Deus dos céus é quem nos dará bom êxito; nós seus servos, nos disporemos e reedificaremos.”   ( Ne 2,20a,b )