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Restauração dos relacionamentos com os outros - parte 1
             ASSOCIAÇÃO JESSE DE ARAÇATUBA
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RESTAURAÇÃO  DOS  RELACIONAMENTOS 
 
RECONCILIANDO-SE COM OS OUTROS   (parte 1) -  Fevereiro / 1999
 
 
“ Onde estão os pecados, aí está a multiplicidade, aí o cisma, aí as heresias, aí as controvérsias. Onde porém, a virtude, aí a unidade, aí a comunhão, em força da qual os crentes eram um só coração e uma só alma.”.                                                                                                  Orígenes , hom.in Ezech. 9,1.
 
 
                         Vimos nos estudos passados que a base para a comunhão com o irmão, para a unidade é : “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo “. Se amamos a Deus  e estamos reconciliados com Ele,  se amamos a nós mesmos e estamos reconciliados conosco, então podemos amar o outro e nos reconciliar com ele. Lembramos que ninguém pode dar o que não tem. É difícil conseguir amar, se não tiver sido amado ( amor de Deus ), e repleto deste amor ( amor a si próprio como filho de Deus). A experiência com o Pai e a conseqüente restauração da alma, são o alicerce dos relacionamentos entre os membros do corpo ( igreja ).
                     O trecho de 2 Cor 5, 18-20, nos apresenta a síntese do que afirmamos acima: Deus é o reconciliador, isto é,  Ele realiza a união do Criador com a criatura rebelde e pecadora. O meio que Ele usa para efetuar isto é Jesus. Fora dEle, não há possibilidade de reconciliação. Tudo é “por Ele e para Ele” ( Col 1,15-20). Nós somos os embaixadores, os anunciadores desta “boa notícia”. Deus nos deu o ministério da reconciliação, confiando a nós esta Palavra de reconciliação. A igreja tem este ministério: anunciar ao mundo esta reconciliação que se faz por meio de Jesus, e a cada um de nós em particular foi confiada a palavra que exorta a todos  a se reconciliarem com Deus.
                     Ministério é vida, é um fluir constante, é diferente do dom que  se manifesta conforme a necessidade do Espírito ( 1 Co 12, 7-14 ). A igreja deve “viver” a reconciliação para  que este ministério seja eficaz ( Jo 13,35 ), deve manifestar ao mundo através de sua vivência, o que é ser reconciliado com Deus, consigo e com os outros. 0 grande resultado desta reconciliação é que em Jesus fomos feitos ”justiça de Deus” ( 2 Cor 5,21 ) e passamos a ter paz (Col 1,20 ; Ef. 2,15-17) , tudo através da cruz e debaixo do sangue de Jesus. É tempo de vivermos esta verdade, tomando posse destes princípios eternos e através da cruz e do sangue, trazermos esta benção para nossas vidas. Igreja! Vamos viver esta reconciliação!!!
                     O Senhor nos mostra o caminho: a cruz, o sangue, a paz. Na cruz  toda a inimizade, todo o ódio, foi destruído ( Ef. 2,16 ). Através do sangue temos o perdão e  a purificação dos pecados, cuja conseqüência é a paz. Esta é, digamos assim,  a fórmula da reconciliação: cruz + sangue = paz, que é aplicável na reconciliação com Deus, conosco e com os irmãos . Como fazer isto? Vejamos: A cruz nos fala de quebrantamento, morte ; o sangue nos fala de purificação e perdão e a paz nos fala do resultado, isto é,  da unidade e comunhão. Portanto se aplicarmos esta fórmula (  maneira didática de explicar, porque Deus não se restringe a fórmulas ), teremos: Reconciliação = quebrantamento, morte (cruz) + perdão, purificação  (sangue) = unidade, comunhão (paz). 
                         
 
 
                                                Para nos reconciliarmos com os irmãos, temos que passar pela experiência da cruz, da morte do eu, da humilhação pessoal, da renúncia; isto torna possível o perdão, e a somatória dos dois, gera a paz.
                     Não se pode esperar que um coração cheio de razões, de orgulho, egocentrismo , auto-piedade e disposto a ganhar, possa perdoar; e sem perdão não há reconciliação . Jamais haveria reconciliação com Deus , se Ele não nos perdoasse. Jamais estaríamos bem conosco mesmos, se não nos perdoássemos, e jamais haverá reconciliação com o outro se não existir perdão. Uma igreja que não perdoa, não pode exercer o  ministério da reconciliação. Um filho de Deus que não perdoa, não pode ter em seus lábios a palavra de reconciliação. Este é um assunto tão importante, que para o exercício deste ministério pela igreja existe o “sacramento da reconciliação”, o padre como ministro de Deus, com unção específica para isto, através da autoridade de embaixador do próprio Cristo, perdoa como igreja, em nome de Deus, os pecados  confessados a ele. A igreja como um todo, tem que se mostrar ao mundo  como promotora da reconciliação e seus membros particularmente, tem que mostrar com a vida, a reconciliação experimentada por cada  um.
                     Jesus sabia disto muito bem, e ilustrou claramente este fato, na parábola do devedor implacável ( Mt. 18,23-34 ). Se pensarmos a nível de igreja, quantos pecados essa noiva não teve perdoados...  E como ela tem respondido? As pessoas conseguem enxergar na igreja a misericórdia do Pai?  E quanto a nós, individualmente? Quando as pessoas com quem convivemos olham para nós, conseguem enxergar misericórdia e piedade? Será que não temos agido como o devedor implacável que não sabe agir com misericórdia? Se olharmos para nossas vidas, veremos o quanto o Senhor usou de piedade conosco, quantos pecados  o Senhor tem nos perdoado... E mais ainda , quantas dívidas (coisas que estamos devendo, isto é , coisas que tínhamos que ter feito e não fizemos, propósitos não cumpridos, mudanças não realizadas, etc. ) o Senhor tem nos perdoado, mas nós somos os primeiros a cobrar dos outros, aquilo que achamos que é obrigação deles para conosco! Quantos Pai-nossos nós oramos para nossa própria condenação, pois pedimos que Ele nos perdoe as ofensas, como nós perdoamos aos que nos ofendem (Mt. 6,12) !
                     Que o Senhor possa abrir os nossos olhos para estas verdades, e o nosso coração para a misericórdia e o perdão afim de que possamos participar deste ministério glorioso que Ele deixou para Sua igreja. Com sinceridade pedimos ao Senhor  que nos quebrante o coração (cruz), para que possamos ser misericordiosos (perdão), e assim alcançar a unidade e a comunhão entre nós (paz), afim de que o mundo saiba que Jesus foi enviado para salvação e reconciliação da humanidade! 
 
 
                Não devemos esquecer  que a reconciliação com Deus tem como conseqüência,  por assim dizer, outras reconciliações capazes de remediar outras rupturas ocasionadas pelo pecado: o                   penitente perdoado reconcilia-se consigo mesmo no íntimo mais profundo de seu ser, onde recupera a própria verdade interior; reconcilia-se com os irmãos que  de alguma maneira ofendeu e feriu; reconcilia-se com a igreja; e reconcilia-se com toda a criação.”
         
                                                                                                                              RP ( Reconciliatio et poenitentia) 31