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Antigo Testamento / 2 Macabeus 20
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ESTUDO VINTE
 
 2 MACABEUS
 PALAVRA-CHAVE: Resistência
VERSÍCULO-CHAVE: 2 Mcb  8, 16
 
 
       O livro de 2 Mcb não é continuação de 1 Mcb, mas um resumo da história, iniciando-se antes de Antíoco IV e terminando antes da morte de Judas Macabeu. 1 Macabeus mistura dados históricos com uma teologia inspirada na lei, fazendo de Judas um libertador de Israel na linha dos juízes, os líderes da época da conquista. Já 2 Macabeus insiste muito na piedade de Judas, na sua fidelidade em observar o sábado e coisas do gênero. Dá mais ênfase aos mártires, do que aos guerreiros, atribuindo ao martírio a benção de Deus para a purificação do templo e restauração de Israel.
       Foi escrito, originalmente em grego, provavelmente por volta de 120 a.C. O autor baseia-se nos cinco livros de Jasão de Cirene, cuja obra não chegou até nós, para fazer o seu resumo.
       O livro tem como tema a oposição existente entre judaísmo e helenismo e a resistência de judeus piedosos aos avanços do paganismo, mostrando evidente preocupação com o Templo de Jerusalém. Mostra, na visão do autor, como todos os acontecimentos são efeitos da vontade de Deus, desde o castigo sofrido por eles através dos perseguidores e dos traidores, que serve para fazê-los retornar de seus maus caminhos, até a derrota dos inimigos, tudo depende do favor de Deus.
       O livro descreve o período da era helenística em que o Templo sofreu profanação, purificação e restauração, bem como os ataques posteriores, principalmente durante o reinado de Antíoco IV e seu filho e as lutas de Judas Macabeu pela libertação do povo até a morte de Nicanor.
       Este livro traz princípios da doutrina católica que não são aceitos pelos protestantes, como a intercessão dos santos (15,12-15; Hb 12,1), sobre a qual a Igreja nos ensina: “Pelo fato dos habitantes do Céu estarem unidos mais intimamente com Cristo, consolidam com mais firmeza na santidade toda a Igreja. Eles não deixam de interceder por nós junto ao Pai, apresentando os méritos que alcançaram na terra pelo único mediador de Deus e dos homens, Cristo Jesus. Por conseguinte, pela fraterna solicitude deles, a nossa fraqueza recebe o mais valioso auxílio” (LG 49); e a oração pelos mortos (12, 38-45; Mt 12,32; 1 Co 15,29). Este é um dos motivos pelos quais os protestantes não têm este livro na sua bíblia.
Esquema De 2  Mcb:   
·         1,1-2,32      - Introdução
·         3,1-40         - Parte 1: Heliodoro
·         4,1-10,9      - Parte 2: Profanação e Restauração do Templo
·         10,10-15,36 -Parte 3: Defesa do Templo
·         25,37-39     - Epílogo
 
Lições do livro:
1.      Controle de Deus sobre todos os acontecimentos: O livro nos mostra como Deus tem todos os acontecimentos debaixo de sua soberania. Nada Lhe escapa. Tudo Ele faz de maneira a cooperar para o bem dos que O amam (Rm 8,28). Ele usa os pagãos como instrumentos para correção do povo e também usa Judas como instrumento de libertação para este mesmo povo, que o havia abandonado e se enchido de pecados (5,17; 6, 12-16;). Deus corrige o filho que Ele ama (Hb 12, 5-13). S. Catarina de Sena diz “àqueles que se escandalizam e se revoltam com o que lhes acontece: Tudo procede do amor, tudo está ordenado à salvação do homem, Deus não faz nada que não seja para esta finalidade” (Dial. 4,138) e S. Tomás More, pouco antes de seu martírio, consola sua filha: “Não pode acontecer nada que Deus não tenha querido. Ora, tudo o que Ele quer, por pior que possa parecer-nos, é o que há de melhor para nós”. Os mártires deste livro (6,18-7,42) nos mostram como o sangue derramado por amor a Deus, traz purificação e faz germinar a libertação. Foi após o martírio, que Deus suscitou Judas para libertar o povo e purificar o templo. Tertuliano diz: “sangue dos mártires, semente de cristãos”, pois a Igreja do I século nasceu do sangue dos mártires.
2.      Paganização ou “conformar-se com este mundo”- (Rm 12,2). A estratégia do inimigo para destruir o povo de Israel foi ‘helenizá-los’, isto é, fazer com que eles assumissem os costumes gregos e deixassem de seguir as leis de seus pais (4,10-16). Através de Jasão, um sacerdote, começa a ser introduzido em Israel a cultura grega, cujo ideal era simbolizado pelos esportes e competições e os ginásios eram instituições básicas da educação grega. O povo começou a desejar “as glórias gregas” (vs 15). A conseqüência está expressa no verso 16.
3.      Profanação do Templo - Como conseqüência à helenização, o próximo passo foi a profanação do templo, iniciada pelos próprios sacerdotes que cuidavam do templo movidos por ambição desmedida (4,32.39) e depois continuada por Antíoco Epífanes, que matou milhares de judeus (5,11-14.24-26), saqueou o templo, criou leis para perseguir os judeus (proibição do culto a Javé, da circuncisão, da guarda do sábado, da observância das festas judaicas), sob pena de morte para quem as descumprisse. Além disso, destruiu as escrituras, consagrou o templo a Zeus (Júpiter) e instaurou cerimônias pagãs no templo, tais como a prostituição sagrada, procissão em honra de Baco (deus do vinho) e banquetes sacrificais (6,1-17). Se o povo se submetesse, a nação escolhida seria destruída e o plano de Deus para redenção da humanidade estaria comprometido. O diabo estava enfurecido tentando impedir o nascimento do Messias através da destruição da nação eleita para trazê-lo ao mundo. Ainda hoje, este é o objetivo de satanás: destruir a Igreja e os cristãos, templos vivos do Espírito Santo, para impedir a volta de Jesus. Antíoco Epífanes é um “tipo do anticristo”, dando-nos a idéia de como será a vinda do anticristo na terra, antes da volta de Jesus. O autor do livro segue a escatologia (estudo dos acontecimentos do tempo do fim) do livro de Daniel (Dn 11, 31-39).
4.      Purificação do Templo – Deus levanta uma família de sacerdotes liderados por Judas Macabeu (que significa martelo: Jr 51,20-21) que luta e vence a maior força militar do mundo daquela época e liberta Israel do helenismo. Os macabeus (como ficaram conhecidos Judas e seus irmãos) tinham como principal meta a libertação da cidade santa (Jerusalém) e purificação do templo. Quando eles conseguem expulsar os sírios, a primeira ação que fazem é a limpeza do lugar santo destruindo os altares erigidos aos ídolos e purificando o templo, para que pudessem oferecer sacrifícios aceitáveis a Deus (10,1-8).  A partir daí foi instituída a festa da dedicação do templo (Hanukah ou Chanucá) que é comemorada todos os anos até o dia de hoje pelos judeus em todo o mundo. É dezembro de 164 a.C., exatamente três anos após a profanação do santuário, celebrada no dia 25 de Casleu (que no nosso calendário pode cair entre 13 e 21 de dezembro). Durante esta festa os judeus acendem velas, fazem procissão com palmas e cantam salmos de louvor. Mesmo após a destruição do Templo a festa da Dedicação continua e o ritual de acender as velas ainda é observado, agora em casa. Se o templo não tivesse sido purificado e os inimigos expulsos, Jesus não poderia ter nascido, visto que não existiria mais a nação, o templo e, portanto a conjuntura histórica para que Ele nascesse. A terra, o povo e o templo tinham que estar prontos para a vinda de Jesus. Do mesmo modo para a segunda vinda de Jesus, o Templo vivo (Igreja) terá que estar preparado, liberto, limpo e purificado para receber o Messias. Novamente será necessária a coragem, a determinação, o sacrifício e muita luta para que aconteça esta libertação nas nossas vidas individualmente, nas nossas famílias, lares e Igreja. Hoje nós temos “o martelo” da palavra de Deus, que tem o poder de quebrar toda a dureza de coração (Jr 23,29).
5.      Vitória nas lutas: Todas as lutas deste livro mostram que a vitória vem por causa da entrega total ao Senhor. Eles estavam em constante dependência da força e do poder de Deus (3,18-20). Não confiavam no número de seus soldados, pois sua força bélica humana era infinitamente menor que a do exército inimigo (8,16-18; Sl 19(20), 8-10). Antes de cada luta invocavam o Senhor, que lhes enviava ajuda dos céus, mostrando a todos nós que o Senhor está conosco quando dependemos dele e não nos deixa lutar sozinhos (3,25; 10, 29-31; 15, 21; Jr 20,11).
 
QUESTIONÁRIO
1. Qual a diferença entre os livros de 1 e 2 Macabeus?
2. Qual o tema deste livro?
3. Quais os princípios da doutrina católica que este livro traz e que não são aceitos pelos protestantes?
4. Quais as 5 lições deste livro?
5. Fale sobre a lição que mais te tocou e explique o porquê.
6. Por que podemos dizer que Deus estava no comando de todos os acontecimentos deste livro?
7. Faça um resumo dos martírios que aconteceram neste livro.
8. Vimos que o inimigo queria acabar com o povo judeu através da helenização. De que forma podemos dizer que o inimigo está fazendo isso com os cristãos nos dias de hoje?
9. Em sua vida, você tem sentido a influência dos costumes deste mundo te afastando do Senhor? Como?
10. Vimos como o inimigo profanou o templo para tentar destruir o culto a Deus. Sabemos que somos templo do Espírito Santo que prepara a volta de Jesus. O seu coração é um templo limpo de mágoas, ódios, ressentimentos, iras, contendas, inveja, ciúmes, idolatria, dúvidas, rebeldias, insubmissão, sensualidade, mentiras, ambição, desonestidade? Você está pronto para a volta de Jesus, para encontrar-se com Ele seja através da morte ou da sua 2ª vinda?
11. Como está o seu casamento, sua família, sua casa? É um lugar onde o senhor tem prazer em habitar, ou está cheio de opressão, escravidão do pecado e debaixo dos princípios deste mundo?
Você acha que seguir a palavra à risca é ser radical demais? Você já parou para pensar se está com o pé em duas canoas?
12. Leia os capítulos 4, 5, 6 e 7. Você acha que está preparado para enfrentar uma perseguição como eles sofreram? Você está se preparando para enfrentar os tempos do fim? Como?
13. O que é a festa do Hanukah?
14. Judas macabeu representa a resistência ao paganismo e ao avanço do inimigo contra os planos de Deus. Como podemos nós lutar pela libertação, purificação e rededicação do templo que somos nós?
15. O que significa o nome macabeu? Como a palavra de Deus pode ser o ‘martelo’ que quebra as muralhas do inimigo na nossa vida?
16. Por que os judeus obtiveram vitórias nas lutas contra o inimigo?
17. Procure neste livro os versículos que mostrem a vitória de Deus sobre o inimigo.
18. O que Deus tratou com você na leitura deste livro?
19.Sugestão: Dividir-se em grupos e cada grupo trazer uma história de um mártir da Igreja.