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Novo Testamento / Introdução Novo Testamento
ASSOCIAÇÃO JESSE DE ARAÇATUBA
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NOVO TESTAMENTO
 
ESTUDO UM
 
INTRODUÇÃO AO NOVO TESTAMENTO (N.T.)
 
        O N.T. (designado assim por volta do século II) é constituído de 27 livros, todos escritos em grego. Os “pais da Igreja”, primeiros teólogos, julgaram que estes textos constituíam a nova aliança entre Deus e os homens na fase final da história da salvação.
        A palavra “Testamento” é a tradução do termo hebraico para designar a aliança entre Deus e Israel. Se esta era chamada de nova aliança, a lei e os profetas passaram a ser chamados de antiga aliança ou antigo testamento. Os ensinamentos de Jesus e a pregação dos apóstolos foram sendo transmitidas de forma oral por muitos anos. Após a morte dos últimos apóstolos é que foi sentida a necessidade de ter este conteúdo escrito. Somente no decorrer do século IV o cânon (conjunto de livros considerados inspirados por Deus e, portanto, sagrados) foi definido como o conhecemos hoje.
 
HISTÓRIA: após sucessivos períodos de dominação estrangeira de diferentes nações (persas, assírios, gregos), a partir de 63 a.C., a Palestina passa ao domínio romano. Herodes, filho de Antípater que era Idumeu (descendente de Esaú), torna-se “rei dos judeus” em 40 a.C. e reina até 4 a.C.. Por não ser descendente de Davi e ser um homem intensamente cruel, era odiado pelo povo judeu. Quando morreu, o reino foi dividido entre seus três filhos: Herodes Antipas, que mandou assassinar João Batista, recebeu a Galileia e Pereia, reinando até 39 d.C.; Arquelau, recebeu a Judeia e Samaria e Filipe, recebeu os territórios ao norte da Pereia. O verdadeiro poder, porém, era exercido pelos procuradores romanos (quatorze ao todo), como Pôncio Pilatos (27 a 37 d.C), Félix (52 a 60 d.C), perante quem Paulo compareceu em Cesareia (At 23, 23-24.26) e Festo, seu sucessor, a quem Paulo apelou para o tribunal romano (At 25, 11-12).  Em função da política implacável destes governadores, várias revoltas aconteceram, culminando com a guerra Judaico-Romana de 66-70 d.C. Jerusalém foi tomada pelos romanos, sob a liderança de Tito, o Templo destruído, e o sacrifício ordenado por Moises foi cessado até o dia presente, como havia profetizado Jesus (Mt 24, 1-2). A nação judaica cessou de ser uma nação, e o judaísmo sofreu um golpe tremendo.
Mundo Greco-Romano- Os romanos são os herdeiros do império grego de Alexandre, o grande. Imperava o modo de vida e a língua grega. O império agrupava territórios como Egito, parte da Europa, Ásia, síria, Judeia. O fato de ser um império único facilitava o trânsito, as viagens de uma parte para outra, o que ajudou sensivelmente a propagação do evangelho. As cidades eram administradas por uma assembleia (ekklèsia) formada pelos cidadãos e conselho dos notáveis (boule). Além de ser cidadão de sua cidade natal, uma pessoa poderia ser cidadã romana por direito hereditário (caso de Paulo), por comprar a um custo altíssimo ou a título de recompensa. O cidadão romano era isento das penas corporais e vergonhosas (At 2, 25-29) e podia apelar para o imperador (At 25, 10ss.).
        Um pouco antes da era cristã os imperadores começaram a ser considerados divinos. Calígula ((37 - 41 d.C.), Nero ( (54 – 68 d.C) e Domiciano (81- 96 d.C) exigiram adoração a si. O culto aos imperadores se expandiu rapidamente como forma de agradar e obter favores. Éfeso tinha vários templos dedicados a eles. Para os primeiros cristãos se tornou um grande problema, pois para ser considerado um bom cidadão era necessário fazer parte deste culto. Eles tinham que se posicionar contra toda uma visão de mundo. O povo mais popular prendia-se ao culto dos deuses familiares protetores, porém o culto cívico e imperial eram mais fortes e oficiais. Qualquer cargo público exigia participação nestes cultos. Na época, um bom religioso respeitado na sociedade era quem sacrificava aos deuses. Uma parte do sacrifício era consumido pelos sacerdotes ou pelos fieis e o restante era vendido no mercado (1 Co 8).
 
RELIGIOSIDADE: Toda a vida judaica desenrolava-se em torno da Lei, que deveria ser interpretada e ensinada pelos rabinos ou mestres, que no NT eram chamados de escribas ou doutores da Lei. Exerciam também a função de teólogos e juristas, com considerável status na sociedade judaica.
Sinagoga-Os judeus foram dispersos por diferentes nações (diáspora) e sua vida religiosa centrava-se na sinagoga, que funcionava ao mesmo tempo como escola, núcleo cultural e lugar de culto. A palavra sinagoga é grega e significa “reunidos juntos”. Embora a tradição judaica afirme que a sinagoga teve origem mosaica, ela parece ter começado a existir durante o período babilônico ou persa. O culto era inspirado no modelo do templo, mas sem jamais existir sacrifícios, que eram permitidos somente no tabernáculo. As pessoas entravam, curvando-se para a parede do lado ocidental, onde as Escrituras estavam contidas num gabinete chamado a "arca". Fazia-se uma oração e depois eram cantados salmos. O auxiliar abria a "arca" e reverentemente removia as Escrituras, entregando-as ao presidente, em seguida acontecia a leitura das Escrituras, durante a qual todos ficavam de pé. O presidente sentava-se e iniciava uma exortação, à luz da passagem lida. Frequentemente, ele pedia, a algum visitante ilustre, para fazer essa "pregação". Depois as Escrituras eram recolocadas na "arca", em seguida sendo proferidos salmos e orações, e depois uma bênção era pronunciada. Assim acontecia quando Jesus e Paulo pregavam nas sinagogas (Lc 4,14-21; At 19,8).
Templo-importante polo da vida judaica no século 1. Era concebido como centro do mundo onde Deus se manifestaria no fim do mundo. Os sacerdotes viviam em torno do santuário e tinham como autoridade suprema o sumo sacerdote, que presidia o Sinédrio, assembleia de 70 membros, sacerdotes e leigos que tinham poder de decisão sobre assuntos civis e religiosos. O Judaísmo oficial era formado pelos saduceus (classe sacerdotal/Templo), partido da aristocracia, colaboracionista com a nação invasora e fariseus (escribas/Sinagogas), ferrenhos defensores da lei, mas que também aceitavam a tradição oral recebida dos pais.  Tinham muito mais influência sobre o povo e eram em maior número. Eram extramente zelosos dos ideais nacionais e religiosos judaicos. Após a queda de Jerusalém em 70 d.C os saduceus desapareceram, pois dependiam do Templo para viver e o judaísmo passou a ser representado apenas pelos fariseus.
        Além destes havia algumas seitas, como os “Zelotes”, formados por fariseus radicais que queriam fazer com que a Lei fosse respeitada nem que para isso usassem de meios violentos. Seu ideal era a independência da nação, Simão, o zelote, foi um dos apóstolos.
        Menos importantes, mas também fazendo parte da religiosidade da época havia os “essênios”, extrema direita entre os fariseus, na maioria monges, era muito hostis às autoridades judaicas, principalmente o sumo sacerdote. Não foram mencionados no NT.
        Os Herodianos eram saduceus da extrema esquerda que favoreciam a dinastia herodiana. São mencionados em Mateus 22,16 e Marcos 3,6; 12,13.