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Novo Testamento / JOÃO evangelho
ASSOCIAÇÃO JESSE DE ARAÇATUBA
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NOVO TESTAMENTO
 
ESTUDO SEIS
 
Evangelho de S. João
 
Palavra chave: Vida
 
Versículo chave: 20, 31 (Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais VIDA em seu nome).
 
        A primeira menção à Vida aparece no  capítulo 1 verso 4 e João vai desenvolvendo este tema até a última menção em 20,31. A Vida vem pela fé em Jesus Cristo! No verso 20 ele antecipa que os sinais foram escritos para que pudéssemos crer e, crendo, receber a Vida.  Esta proclamação da messianidade e da filiação divina de Jesus, a partir dos "sinais" é para desenvolver a fé em Cristo como meio de obter a vida.
        Não há no livro uma indicação precisa sobre o autor, mas em 21,24, identifica-o com o  “discípulo amado”. A partir do século II a tradição da Igreja começou a identificá-lo com João, o filho de Zebedeu. O livro foi escrito provavelmente no final do século I, a partir de uma Igreja da Ásia helenizada (Éfeso), onde segundo a tradição, João foi morar junto com Maria após o exílio na ilha de Patmos por ordem do imperador Domiciano (em torno do ano 100). Alguns pesquisadores consideram que este evangelho foi escrito por algum discípulo, judeu, de João.
        Segundo vários Padres e Doutores da Igreja, João escreveu este livro para combater as doutrinas nascentes de Cerinto e de Ebion,  que negavam a natureza divina de Cristo, ensinando a heresia segundo a qual o Espírito Santo descera sobre Jesus no batismo, mas o deixara na Paixão e o  gnosticismo que negava e verdadeira encarnação do Verbo. A gnose se apresentava como um ensinamento esotérico, que conduzia seus iniciados, após certas purificações, a se abrirem à salvação pelo conhecimento das grandes  verdades religiosas ou pelo êxtase. Estas doutrinas tinham aversão às realidades materiais ou carnais, que para elas, era a fonte do mal. Os gnósticos acreditam que a matéria seja essencialmente perversa e que o espírito seja bom. Como resultado dessa pressuposição, os gnósticos acreditam que qualquer coisa feita no corpo, até mesmo o pior dos pecados, não tem valor algum porque a vida verdadeira existe no reino espiritual apenas.  Os gnósticos não acreditam na salvação por meio da morte e ressurreição de Jesus Cristo; não acreditam no pecado, nos anjos, nos demônios, e nem no pecado original. Em João a ênfase na encarnação do Filho um novo sentido para a condição humana e a carne.
        Segundo as escrituras, João era filho de Zebedeu, irmão de Tiago (o Maior), numa família de pescadores. Seu pai era um pequeno empresário, pois tinha empregados (Mc 1,20).  João, juntamente com Pedro e Tiago, participou dos principais momentos da vida de Jesus. No final, na cruz, somente ele estava presente. Tinha uma comunhão e uma intimidade com Jesus que o levaram a ser “o discípulo amado” (Jo 13, 23-26; 19,16; 21,20-14), o que, na verdade, é um chamado para todos os discípulos, por isso o discípulo, no evangelho, não tem nome. Você é chamado a ser “o discípulo amado”, a ter comunhão e intimidade com Jesus!
         Outra característica interessante de João é seu temperamento. Em Mc 3,17, Jesus o chama, junto com Tiago, seu irmão, de filhos do Trovão, provavelmente por serem de temperamento arrogante, bravo e explosivo (queriam que Jesus fizesse descer um raio para matar os samaritanos—Lc 9,51-56 e queriam ocupar o primeiro lugar no Reino- Mt 20,20-22). E nele vemos a transformação que o Espírito Santo opera: O mesmo João arrogante, ambicioso e bravo do início de sua vida com Jesus é transformado no meigo, bondoso e manso João das cartas, que chama seus discípulos de “filhinhos” –( 1 Jo 2, 1.18). A vida com Jesus, pela ação do Espírito Santo, é capaz de transformar até o mais difícil e duro de coração.
        Este evangelho é bastante diferente dos demais. São Clemente de Alexandria o chama de “Evangelho Espiritual”. João tem uma abordagem não somente preocupada em relatar fatos históricos sobre Jesus, mas em ir além, para provocar um relacionamento com o Filho de Deus encarnado, que dá a Vida em abundância (Jo 10,10). O conteúdo biográfico é mais reduzido e o apóstolo se concentra na pessoa de Jesus.
        Este evangelho vai recordando os ditos e ações de Jesus debaixo da luz de Sua ressurreição (2,22; 12,16; 14,26; 15,26). É sob a ação e revelação do Espírito Santo que podemos, aos poucos, recebendo a revelação da fonte inesgotável que é a Palavra de Deus. A Palavra é uma fonte que mata a sede, mas a sede não seca a fonte, do contrário não seria mais possível beber dela. Podemos voltar infinitas vezes à mesma fonte, que ela sempre será capaz de nos saciar e cada vez e um jeito diferente.
 
Algumas lições de João:
 
1.       Jesus é a Palavra que se fez carne (1,1-18). O homem não podia ver a Deus, então Deus se fez homem para poder ser visto por ele. Nas Palavras e gestos de Jesus nos encontramos com o próprio Deus (1,14)! Jesus é a Palavra, mas a Palavra precisa de uma voz. A voz que clama, que prepara o caminho do Senhor. Nós, como João Batista, somos chamados a ser uma voz para a Palavra.
2.      Jesus é o enviado do Pai (3,16-17). Jesus não faz nada por si mesmo. Tudo o que faz e fala é em obediência ao Pai e em comunhão com Ele (14,9-10; 5,19.36; 8,28). É por isso que olhar para Jesus é o mesmo que olhar para o Pai. Jesus é o único que pode revelar o Pai (1,18). É o rosto divino do homem e o rosto humano de Deus.
3.       A glória de Jesus se manifesta por meio dos “sinais” (milagres nos sinóticos), alguns deles que só aparecem neste evangelho, como as bodas de cana (2,1-12), que marca o início dos sinais, anuncia a transformação salvadora que vai permear todo o livro. Os “sinais”, diferente do milagre, indicam uma direção que deve ser seguida. Em João os sinais apontam para Jesus, o Cristo, no qual devemos depositar nossa fé e esperança. No sinal do cego de nascença (9,1-41), Jesus se revela como a Luz do mundo (1,4.9) e na ressurreição de Lázaro como a Vida (11,25). Todos estes sinais apontam também para a missão de Jesus como enviado do Pai. Servem para nos mostrar quem é Jesus, quem são seus discípulos, qual sua missão.
4.       Jesus se revela pela Palavra, Na conversa com Nicodemos (3,1-12), com a Samaritana (4,1-42), no discurso sobre o Pão daVida na sinagoga em Cafarnaum (6,22-71). É preciso destacar o discurso de despedida (cap.13 a 17), nele encontramos grandes temas da teologia de João: a relação de comunhão entre o Pai e o filho,  a ação do Espírito Santo, o amor fraterno como sinal que distingue as comunidades cristãs. É considerado o “testamento” de Jesus.
5.       Jesus o Salvador da humanidade. Ele é o Messias, o Cristo, o filho do Deus Vivo, aquele que traz a remissão do pecado, o Cordeiro de Deus.
6.       Jesus é o “Eu Sou”-  o pão da Vida (6,35), a luz do mundo (8,12), o bom pastor e a porta das ovelhas (10,9-10), a ressurreição (11,25-26), o caminho, a Verdade e a Vida (14,6), a Videira (15,5).
 
Divisões do Livro:
 
1) Prólogo- 1, 1-18
2) Livro dos sinais – Jo 1,19-11,54
3) Livro da Glorificação – Jo 13,1-20,31
4) Epílogo: 21,1-23 (conclusão) 21,24-25
 
PERGUNTAS
1- Qual a Palavra e versículo chave deste livro? O que esta palavra representa?
2- Como podemos obter a Vida? Você teve esta experiência? Como foi?
3- Por que Jesus é a VIDA?
4- Como sua vida mudou depois de ter se encontrado com Jesus?
5- Quem escreveu o livro e quando?
6- Qual o motivo de se ter escrito este livro?
7-Quem são os gnósticos? No que creem? Você conhece alguma religião cuja doutrina tenha influência do gnosticismo?
8- Fale sobre o autor do livro.
9-Por que este evangelho é diferente dos outros (sinóticos)?
10- Comente sobre este trecho: “A Palavra é uma fonte que mata a sede, mas a sede não seca a fonte, do contrário não seria mais possível beber dela”.
11- Quais as lições do livro?
12-Por que o livro fala de sinais e não de milagres?
13-Escolha uma das lições do livro e fale sobre a importância dela em sua vida.
14- Qual o “sinal” do livro que mais te marcou? Por quê?