ESTUDOS > Frentes de oposição
Carne a
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TRÊS FRENTES DE OPOSIÇÃO AO PLANO DE DEUS
2º) Carne (a)
 
O termo ‘carne’ designa o homem na sua condição de fraqueza e de mortalidade...
Já no homem, tratando-se de um ser composto, espírito e corpo, existe uma certa tensão, desenrola-se uma certa luta de tendências entre ‘espírito’ e a ‘carne’. Mas essa luta, de fato, pertence à herança do pecado, éuma conseqüência dele e, ao mesmo tempo, uma confirmação e faz parte da experiência do combate espiritual.”
                                                                                              Novo Catecismo, it. 990 e 2516
       Já estudamos, que existem três frentes de oposição ao plano de Deus: o mundo, que se opõe a Deus; a carne que se opõe ao Espírito e o diabo que se opõe a Jesus. Vimos nos estudos anteriores a primeira frente que foi o mundo se opondo a Deus e agora vamos estudar a carne e sua oposição ao Espírito.
       No A.T. é usado o termo bãsãr, que denota o principal elemento constituinte do corpo, quer humano, quer animal. No N.T. é usado o termo sarx, que indica a totalidade desta existência física, a parte terrena do homem.
       O termo carne, segundo o dicionário Aurélio, significa “o corpo, a matéria, em oposição ao espírito, a alma; a natureza animal ou física do homem, em oposição à natureza moral ou espiritual”. Nesta definição, encontramos três termos: espírito, alma e corpo. Para que entendamos a carne e sua oposição ao espírito, temos que entendê-los e saber diferenciá-los.
       Na Palavra, Paulo usa os três termos, diferenciando-os um do outro e, portanto, mostrando que os três não são a mesma coisa:  “E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso SENHOR Jesus Cristo” (1 Tes 5, 23). Paulo diz que é preciso conservar os três para a vinda de Jesus, e ser santificado em tudo é ser santificado no espírito, na alma e no corpo.
       De certa forma, é mais fácil entendermos que corpo e alma são diferentes, mas muitos são os que acham que alma e espírito são a mesma coisa e não são. Vejamos hebreus 4, 12: “Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração”. Se for possível dividir a alma e o espírito , então não podem ser a mesma coisa.
       Concluímos, pois, que a natureza do homem é tríplice e podemos classificá-la assim:
 
  1. Espírito:  a parte do homem que lida com a dimensão espiritual. É a parte que conhece a  Deus e que nasce de novo. Através dele tomo consciência de Deus.
  2. Alma:  parte do homem que lida com a dimensão mental: seu raciocínio e poderes intelectuais, a sensibilidade e a vontade. Através dela tomo consciência de mim.
  3. Corpo: parte do homem que lida com a dimensão física. A casa que habitamos. Através dele tomo conhecimento do mundo.
       Podemos, portanto, pensar em nós como um ser espiritual (somos um espírito), que possui uma alma e habita num corpo.
       Por quê é tão importante que entendamos estas três dimensões? Porque só assim compreenderemos como acontece este combate espiritual entre carne e espírito. Muitos enganos têm-se introduzido no meio da igreja, em função da ignorância neste aspecto. Muitos se enchem de culpa e acham que não nasceram de novo, porque confundem as manifestações da alma e do corpo, com o seu espírito.
       Vamos entender melhor o espírito (ruach, no hebraico e pneuma, no grego): Fomos criados à imagem e semelhança de Deus. Ora, se Deus é espírito (Jo 4, 24a) e somos sua semelhança, também somos um espírito, pois do contrário, jamais teríamos comunhão com Deus e tão pouco poderíamos adorá-lo em ‘espírito e em verdade’. É em nosso espírito, que o Espírito de Deus vem habitar e é por isso que o espírito tem que nascer de novo, pois como Deus poderia habitar num local que não foi regenerado? O Espírito Santo recria meu espírito, num determinado momento (posso até marcar a data), é o milagre da regeneração que já estudamos; portanto é impossível a alguém que não nasceu de novo, ser cheio do Espírito Santo.
       Nossa vida espiritual como filhos de Deus começa com o novo nascimento (Jo 3). Assim como uma criança, que depois de nascida precisa se alimentar para crescer e se desenvolver, assim também, após o novo nascimento, é preciso que o espírito seja alimentado, primeiro com o leite e depois vindo o crescimento, com alimento sólido (1 Co 3,1-2; Hb5,12-14). Muitas pessoas, por não se alimentarem corretamente, são ‘desnutridas’ espiritualmente e se tornam fracas na fé, desanimadas e sem discernimento dos assuntos espirituais, por isso não crescem. Já imaginaram um bebê que se alimentasse apenas uma vez por semana? Certamente não sobreviveria; e como queremos nós sobreviver na vida da fé se não nos alimentamos diariamente com a palavra? O grupo de crescimento é um reforço na alimentação (vitaminas e nutrientes) e a eucaristia o nosso banquete. Como podemos crescer se faltamos em ambos?
        É na dimensão do espírito que Deus fala conosco, que os dons sobrenaturais do espírito operam. O Espírito Santo comunica ao nosso espírito a revelação de Deus e o nosso espírito a comunica a nossa mente (alma) para que possamos traduzi-la de forma a que todos possam compreender. Muitas pessoas têm problemas na interpretação das revelações do Espírito, por ter problemas na área da mente.
        Na bíblia, esta dimensão muitas vezes é chamada de “homem interior” (1 Pe 3,4; 2 Co 4,16). Nosso espírito é eterno e viverá para sempre (2 Co 5,1.6-8), portanto é este o ‘homem real’, que continua vivo mesmo depois que sua ‘casa terrestre’ se desfizer. É uma grande alegria saber que a morte é uma mudança de estado.Todos aqueles que amamos e que já se foram, estão vivos em outra dimensão, que é eterna, nos céus! Todos nós, viveremos para sempre: nos céus, se estivermos com o senhor, ou no inferno, se não alcançarmos a salvação, portanto, o tempo que passamos aqui e as momentâneas tribulações, não podem se comparar com a glória futura (2 Co 4, 17-18).
       Amados, que possamos nos esforçar em crescer espiritualmente para que possamos discernir a perfeita vontade de Deus! Santa Teresinha nos ensina: “Compreendi que na perfeição havia muitos graus e que cada alma era livre no responder às solicitações de Nosso Senhor, no fazer muito ou pouco por Ele, numa palavra, no escolher entre os sacrifícios que exige”.
 
                                                                                                                      16/02/2004