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     ASSOCIAÇÃO JESSE DE ARAÇATUBA           
                    “JESUS É O SENHOR”
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O S      S A C R A M E N T O S
 
           Já estudamos que os sacramentos são atos sagrados que conferem graça aos cristãos. Neles estão presentes os “ritos”, que como já vimos, são importantes para dar significado ao ato. Nós temos gestos, palavras, matéria física e a graça que é invisível. Jesus também se utilizava destes meios, para dar “significado” e “marcar” o derramamento de sua graça às pessoas.                         Vejamos alguns exemplos:
¨    Jesus soprou sobre eles.
¨    Jesus tocou os ouvidos do surdo.
¨    Jesus cuspiu no chão e colocou lodo nos olhos do cego.
¨    Impôs as mãos sobre os doentes.
 
 
VAMOS AGORA ESTUDAR OS SETE SACRAMENTOS:
 
 
 
1) BATISMO
       
          É o sacramento primordial, a porta de entrada na igreja, e dos outros sacramentos. (Mt.28,19).
(Jo. 3,1-15) Ë necessário nascer da água e do Espírito.
(Ez.36,25-28) É o sinal eficaz da Nova Aliança. Um banho de purificação.
            Há três tipos de batismo, conforme explica São Tomás de Aquino:
- batismo de sangue (sanguinis) -  o martírio. (Lc.12,50)
- batismo de água (fluminis) - batismo ritual.
- batismo de desejo (flaminis) - batismo de sinceridade. Não  inclui conhecimento explícito da Igreja, ou batismo das águas. Alcança todos que não recusem obstinadamente a luz que vem até eles. São aqueles que não tem tempo de serem batizados e morrem, ou aqueles que são tocados pelo Espírito, recebem sua luz, independente do conhecimento. São alcançados pela misericórdia de Deus.
          O batismo é o ingresso na família de Deus que é a comunidade de Jesus Cristo, a igreja. O homem torna-se membro do corpo de Cristo, é enxertado no mistério pascal de Cristo, morto com Ele, sepultado com Ele, ressuscitado com Ele, recebe o espírito de adoção dos filhos no qual grita: Abba, Pai. (Rm.8,15).
          (Ez. l6,9) - Israel  entra  na aliança  mediante  um banho. Segundo os costumes orientais, a noiva era banhada e ornamentada. Era a imagem do batismo. “Como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela, a fim de purificá-la com o banho da água e santificá-la pela Palavra”. (Ef.5,25)               
        (Rm.6,9-14) - Porque  morremos  com  Jesus, e ressuscitamos com Ele, pela purificação do batismo, e o ingresso na Igreja, é nosso dever iniciar um novo modo de viver, livres do pecado e de servos do Deus altíssimo.
 
                                
2) CONFIRMAÇÃO DO BATISMO
 
        Segundo São Tomás de Aquino, a “ confirmação é para o batismo, o que o crescimento é para o nascimento”.
            É  o  sacramento  do Espírito Santo, um  novo  “Pentecostes”. O batismo já dá o Espírito, que faz viver da vida de Deus. A confirmação dá o Espírito em plenitude é o “ser cheio”, “transbordar” do Espírito Santo. São duas etapas inseparáveis de uma mesma santificação.
              É o sacramento da comunhão da igreja. A presença do bispo exprime a unidade de todos os cristãos.
              (Mc.1,7-8; At.1,8; At. 2,33,37-38; At.10,44-48)
          Através do crisma, o cristão é fortalecido e deve assumir uma missão na igreja, tornando-se ativo e servindo a Deus e à comunidade; por isso hoje não se crisma mais crianças. A idade mínima é 14 anos, pois a pessoa a ser crismada, deve assumir o seu batismo e viver uma vida cristã séria.
              A confirmação é,  portanto, a unção da Igreja e dos confirmados, pelo Espírito para sua vida pública de missionários. Tornamo-nos plenamente “cristãos”, participantes da unção do “Cristo” para continuarmos sua missão.
 
3)  SACRAMENTO DA ORDEM
                               
             Esse sacramento confere o poder sacerdotal, para celebrar a missa, (consagração) , perdoar os pecados (na confissão), pregar a Palavra, celebrar os Sacramentos. É conferido pelo bispo da diocese.
           Os  sacerdotes  são ministros de Deus.  Colocam-se entre Deus e seu povo, para mediar, interceder, ministrar. Assim como no V.T., os levitas eram separados para cuidar dos rituais do culto de Deus, Deus separa hoje homens consagrados a Ele, para servirem ministrando ao seu povo. (I Pe.5,1-4; I Tm.4-12-14).
 
4) CONFISSÃO
           
                    É um sacramento para reconciliação do pecador com Deus.
      (Lc.15,17-24)  -  Mostra a grandeza  da misericórdia  do Pai,  mediante o arrependimento e confissão do filho. Deus não somente concede o perdão, mas ainda concede graça ao pecador, trazendo-o novamente ao status de filho amado, participante da herança; dessa maneira o pecador arrependido não tem mais necessidade de voltar ao pecado, tamanha a graça e benção recebida.
           O Sacerdote  recebe  de Deus o ministério da reconciliação. (II Cor. 5,14-15) (II Cor. 5,17-21). Assim como o corpo é um, mas os membros são muitos, cada qual com sua função, para edificação, o sacerdote recebe uma unção especial para essa reconciliação. A palavra de Deus é bem clara. Se nós devemos confessar os nossos pecados (Tg.5,16)aos irmãos, quanto mais a um sacerdote ungido por Deus para isso. A confissão além do perdão, traz a cura para a ovelha ferida. É um processo, de restauração. O Pastor que leva a ovelha ferida para verdes pastos, põe remédio na ferida (Sl.22). Vemos isto acontecendo claramente em (Jo.8,2-11). A mulher adúltera não só é  perdoada, mas sarada, restaurada, de modo que possa cumprir o  “vai e não peques mais”.
             Todos necessitamos de confessar (I Jo.1.8-10) Vemos pela declaração de Davi  no (Sl.32,1-5) que enquanto esteve calado, sofreu com a amargura, angústia e derrota.
        Ao confessar, obteve o perdão, e a libertação de tudo que o oprimia. Quantas pessoas não são doentes mentais e físicas, por guardarem uma culpa que as corrói! Ao confessarem, são libertas e curadas. Quantas vezes, Jesus ao invés de ministrar a cura, dizia “Teus pecados são perdoados” Porque? Por que essa era a causa da doença (Jo.5,14)
              Deus nos fez, membros de um corpo, porque precisamos uns dos outros. Dizer que não precisamos dos ministros de Deus para a confissão, é anular a benção que o Senhor nos deu de viver em comunhão.
 
5)  UNÇÃO DOS ENFERMOS
             
               Antigamente era  chamada  de  “extrema unção”, por ser administrada em último lugar, isto é, após as outras unções confiadas por Cristo à sua Igreja, (batismo crisma, ordenação). Essa expressão foi mal entendida, levando às pessoas a acharem que era para a hora da morte. Com o Vaticano II, foi retomada a denominação “unção dos enfermos”.
              Por que unção? O óleo nos tempos antigos, era usado para a medicina, entre outros usos importantes  (perfumar, ungir...) . Também era uma marca, um sinal, para separar pessoas para ministérios. Por ex., os reis e sacerdotes, também os profetas, eram ungidos com óleo, para separação para o ministério. “Cristo”, significa ungido. Vemos assim a importância  dos ritos de unção. (II Cor.1: 21-22) .
              O óleo permanece  para nós como  símbolo da cura e da luz. É também o símbolo do Espírito Santo. (I. Sm.16,13).
             A  unção  dos  enfermos  não   é  um  rito  de  consagração  como  o batismo e confirmação. É um gesto de cura espiritual e corporal da parte de Cristo.
              Os ministros  de  Cristo ungem  o doente, para que  pela ação  do Espírito Santo, sejam curadas suas enfermidades (Tg. 5,14-15).
              Jesus  operou   muitas  curas (At. 10,38; Hb. 2,14), destruindo  assim o poder do diabo sobre a vida dos enfermos, com o fim de lhes causar a morte.
             (Is. 53,4-6)  Eis a fonte da unção dos enfermos: “O Cristo morto e ressuscitado”.
 
6) MATRIMÔNIO
           
           É o  sacramento  que consagra o amor do homem e da mulher para que sejam um casal cristão.
             São os noivos os ministros deste casamento. Eles falam diante do sacerdote da igreja que se aceitam como esposo e esposa e perante Deus conferem um ao outro o sacramento.
             Este sacramento simboliza e confere o amor que une “Cristo e a Igreja, e os noivos recebem uma missão: ser o próprio amor de Deus, o amor de Cristo por sua esposa, a Igreja. O esposo e a esposa se amam, não apenas da mesma forma que Cristo e a igreja, mas
também com o mesmo amor. O Espírito Santo, que é o vínculo pessoal de amor de Cristo e a Igreja, é também através do sacramento, o vínculo de amor do marido e da mulher. Por meio de Cristo, o casamento é inserido na vida de amor das três pessoas divinas.
           Através da graça de amor do sacramento, o marido transforma-se em Cristo, enquanto esposo da Igreja, a mulher transforma-se na Igreja enquanto esposa de Cristo. Por isso, pelo coração do marido cristão, Cristo exprime seu amor a essa parte da Igreja, que é a esposa, e a quem logo se juntarão os filhos. Pelo coração da esposa cristã a Igreja de quem ele é membro exprime sua ternura a Cristo, na pessoa do esposo. (Ef.5,21-33).
Ao se encarnar, o Filho desposa a humanidade. Deixa seu Pai, assume a natureza humana, torna-se carne, plenamente um homem, mas cheio de “plenitude da divindade”.
          Assim toda a vida de Deus, passa para nós através de Jesus, que se torna “Um” com a sua Igreja, e faz com ela, uma aliança cujo sinal é seu sangue. O Senhor pede, por meio da Igreja, que homens e mulheres, dando-se uns aos outros em amor, aceitem a honra e a graça de significarem e viverem essa “Aliança de Cristo e sua Igreja”, e serem o suporte, o “sacramento”, o sinal visível a todos.
 
 
                                     1o) FINALIDADE      -    (Gn.2,18-24)
       Experimenta a mais alta expressão de amor, feita pela união, no contexto de uma família. A trindade criadora faz o casal humano procriador: dele surgirá uma trindade de amor - Pai, mãe, filho, que nos revelará que Deus é amor.
       O Cântico dos cânticos  é um  poema  inspirado onde se  encontram francamente expressos, todos os aspectos de alegria amorosa, desde o prazer sexual até a união dos corações. (Ct.2,10,14-16; 8,6-7).
          O casamento pois, não tem apenas a finalidade de gerar filhos (embora seja a principal finalidade), mas também de ser um sinal de amor, um auxílio mútuo, e uma forma de ter uma vida santa. (l Co.7,1)
 
                                     2o) UM COMPROMISSO PARA TODA VIDA  
            (ML. 2,13-16; Mt.19,3-6; I Co. 7,10-11; Mc. 10,6-12)
            Não podehaver compromisso de união por toda vida se não houver fidelidade. Ela é a base do matrimônio. O adultério é um grave pecado, e está escrito que aqueles que cometerem, não entrarão no reino dos céus  (I Cor.6,9; Ap.21,8 e 22.15). Até mesmo o adultério em pensamento é explicitamente condenado por Jesus (Mt.5,27-28), pois a infidelidade é a quebra da aliança entre os cônjuges. “A palavra que um homem dá a uma mulher, e vice e versa, é sagrada. Ela é forte por ser palavra de amor. Ë igualmente fraca, porque participa de tudo o que existe de frágil no homem. É por isso que quando vão declarar mutuamente seu amor e dar sua palavra, os esposos querem enraizar sua promessa de fidelidade naquele que é o único a ser perfeitamente fiel: “Jesus Cristo, Palavra de Deus”. (Centro Jean Bart). A força do Espírito Santo e a firme decisão de ser fiel, devem estar no coração dos casais. É mais fácil apagar uma pequena fagulha do que um incêndio. A Bíblia nos diz: “Resisti ao diabo e ele fugirá de vós) (Tg.4,7). Não deis lugar ao diabo (Ef.4,27 e 6,11).
            O homem e a mulher devem continuamente estar ligados à Cristo, e não deixar que a carne domine o espírito. (Rm. 8,5-9)
             O matrimônio-sacramento é indissolúvel: nos cristãos é a mesma união de Cristo e da Igreja. Assim como é impossível a Cristo desfazer-se de sua Encarnação para separar-se da humanidade e romper a aliança de amor com sua Igreja, assim também não é permitido ao homem separar-se de sua mulher. Ë a Cristo ou à sua Igreja, que cada cônjuge se encontra divinamente “soldado”, “nenhuma criatura”, nem sequer a estupidez do cônjuge, ou a infidelidade do mais indigno, não pode dissolver esse vínculo de amor, que é o mesmo de Cristo e sua Igreja. Ainda que separados, até que um dos dois morra, continuam marido e mulher. (Rm. 7,13).
         Como fazer  para  viver um casamento  em abundância?  Cristo nos ensina em (Col.3,12-16). Não há amor verdadeiro sem perdão, sem renúncia, sem ação de graças.
                                          
                                              
7)   EUCARISTIA
 
        Este é o terceiro sacramento da iniciação cristã, e o maior deles. O primeiro é o batismo, no qual participamos da morte de Cristo. O segundo é a confirmação, o sacramento do Espírito Santo, que nos conduz à Vida, e o terceiro, a Eucaristia, é o sacramento da Ressurreição, para o qual os outros dois sacramentos conduzem.
           Quais os nomes usados para este sacramento?
a)      EUCARISTIA:    porque é  ação de graça a  Deus. As  palavras “eucharistein” (Lc.22,29; I Co.11,24) e “eulogein” (Mt.26,26;Mc. 14,22) lembram as bênçãos que os judeus falavam, principalmente quando iam comer.
b)       CEIA DO SENHOR: (I Co.11,20) - refere-se à última ceia, e também antecipa a ceia da bodas do cordeiro (Ap.19,9) na Jerusalém celestial.
c)      FRAÇÃO DO PÃO  é  um ritual  próprio  das  refeições  dos judeus. Jesus. o presidente da mesa, partia e distribuía o pão. (Mt.14,19; 15,36) É esse nome que os primeiros cristãos vão chamar suas reuniões eucarísticas. (At.2,42-46)
d)        ASSEMBLÉIA EUCARÍSTICA:  porque a eucaristia é celebrada quando os cristãos se reúnem, manifestando a Igreja de forma visível. (I Co.11,17-34)
 
                                           OS SÍMBOLOS
 
1)          ALIMENTO:  (Jo.6-55) Toda pessoa sabe que se não comer morre. Há um ditado popular que diz: “saco vazio não para de pé”. Sabe também, que quem come muito pouco, ou passa fome, fica desnutrido, fraco, e muito mais propenso a doenças, e até à morte. Comer o pão e beber o vinho, é em 1° lugar “ viver”. É fácil perceber o que o Senhor quis nos ensinar,  ao usar este símbolo: Assim como sem comida, até o mais forte dos corpos definha e morre, assim também até o maior dos santos, sem a eucaristia não consegue se sustentar.
           O pão e o vinho consagrados são corpo e sangue de Cristo, como fonte de vida divina para aquele que come e bebe com fé.
              A terra fornece o pão e o vinho, que o Espírito Santo muda em corpo e sangue.
         O homem  comerá e  beberá;  dessa forma o  homem torna-se parte de Cristo ressuscitado, de maneira que nos tornamos corpo de Cristo, todos aqueles que comeram e beberam tornam-se parte de Cristo, o corpo; tornam-se um.
              Assim como o pecado entrou no homem, e com ele a morte, através de um alimento (Gn.3,6), assim também o perdão e a vida, entram no homem pelo alimento: agora o próprio Cristo.
 
2)          PÃO E VINHO: São os alimentos básicos, símbolos dos outros. Em quase todos os povos, existe o pão, simbolizando o fruto da terra, da criação, assim como o vinho, que representa a alegria, o tom festivo que o Senhor quis dar à Eucaristia (Eclo. 31, 27). O milagre da multiplicação dos pães, quando o Senhor abençoou e partiu os pães, mostra a superabundância do Pão da Vida (Mt.14,13-21). O sinal da água transformada em vinho, em caná, quer demonstrar da hora da glorificação de Jesus (Jo 2, 11), quando haverá a ceia das bodas no reino do Pai, onde os fiéis beberão o vinho   novo, transformando no sangue de Cristo( MC.14,25: Mt.8,11). O vinho era considerado o sangue da uva (Gn 49, 11; Dt 32, 14).
 
3)         REFEIÇÃO: Durante todo o evangelho, podemos perceber a importância que Cristo dá às refeições. Várias vezes, Ele come com os fariseus, com os publicanos, com os pecadores. (Lc. 14,1; 13, 37; 11,34-46; 5,29-30). Durante as refeições, o Senhor ensinava, exortava, por isso nada mais natural do que escolher uma refeição para nela instituir a Eucaristia (Jo. 13,2). A palavra “Koinonia”, significa comunhão. São pessoas que estão juntas, partilhando, comungando da mesma refeição. (Lc.22,17).
             Os animais, os brutos, comem lado a lado, mas o homem “partilha” sua refeição. O símbolo do sacramento não é o ato de comer, mas de partilhar a refeição, numa comunhão fraterna. A Eucaristia não é somente a presença real de Cristo, “mas é comer Cristo junto.”      
              Na família, o momento da refeição é o momento de reunião, de troca, de se por os assuntos em dia; é nesses momentos que a união da família se solidifica. Quando queremos confraternizar numa festa, sempre existe refeição para se partilhar. Quando queremos aumentar nossa intimidade com alguém, convidamos para comer juntos. Se isto tudo é verdadeiro para simples refeições diárias, quanto mais será para a refeição eucarística compartilhada! É nessa mesa do Pão vivo que se opera a unidade real e misteriosa da Igreja.(I Cor. 10,16-17).
 
                                           
 
  E U C A R I S T I A
 
            É o sacramento da aliança. Enquanto os outros sacramentos são meios de se fazer chegar à graça, a Eucaristia é a própria graça, pois é o próprio Cristo. É fonte de vida eterna: “Quem comer deste pão, não morrerá”! (Jo.6,35-38)
               A nova aliança, não é baseada na aliança de Moisés, onde se exige o cumprimento da lei, mas é uma superior aliança, baseada na aliança com Abraão, onde a única exigência é a fé; o resto é tudo por conta de Deus. Deus se obriga por meio da aliança com Abraão, a cumprir sua promessa. No mundo antigo , a aliança era uma prática jurídica e social corrente entre os homens. Era um contrato de direitos e deveres de ambas as partes. Pactos de amizade, paz, vassalagem, etc.., entre pessoas ou grupos. A condição do pacto era feita segundo um ritual consagrado pelo uso. As partes comprometiam-se mediante juramento. Cortam-se animais em duas partes e passa-se entre os pedaços pronunciando imprecações contra aqueles  que quebram o pacto (chama-se sobre o infiel a sorte dos pedaços esquartejados).
             Finalmente  estabelece-se um   memorial:  planta-se uma  árvore ou ergue-se uma pedra que serão daí por diante os testemunhos do pacto. (Gn.15,4-18). Deus oficializa sua aliança, segundo este costume, e ao passar pelo meio dos animais, aceita ser “cortado em dois”, se faltar à promessa!...Que Deus maravilhoso! Sabemos que Ele jamais faltará a sua promessa, ainda que nós lhe sejamos infiéis, pois Ele é a própria fidelidade. (II Tm.2,13).
        A nova aliança é feita nesta base. Cristo é o cordeiro imolado, cujo sangue é derramado para selar esta aliança. Ele se compromete a salvar todo aquele que nEle crer, e estabelece a refeição eucarística, como memorial, como testemunha desta aliança. “Toda vez que se come deste pão e se bebe deste vinho, se anuncia a morte e ressurreição de Cristo, e se fica esperando por sua volta”.(Hb.8,6-12).
             Cada vez que participamos da Eucaristia, estamos relembrando a aliança que temos com Cristo. Nós cremos nEle e Ele nos dá a salvação e toda sua herança (paz, alegria, saúde, prosperidade, perdão, justiça, amor). Por isso a Eucaristia é um sacramento de cura, de milagres, de bênçãos. Ao comermos o corpo e o sangue do Senhor, recebemos Sua vida, e assumimos aquilo que por direito é nosso, segundo a aliança que temos com Ele.
              A Eucaristia é também o cumprimento da Páscoa. Cristo é o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. Ele cumpre totalmente a primeira aliança (com Moisés, segundo a lei), e inaugura um novo tempo, a passagem para uma nova aliança, pela fé e pela graça. (Hb.9,15 e Hb.10,16-18).
            A Eucaristia é, também, sacramento de unidade. Ela une a igreja em torno de Cristo, de seu sacrifício. A igreja “comunga” com Ele; torna-se o corpo de Cristo , unindo-se com células, que recebem o mesmo alimento, e são purificadas  pelo mesmo sangue. Assim como o pulmão é diferente na sua anatomia e função do intestino, mas ambos são essenciais e pertencentes ao mesmo corpo, nós também, embora sendo diferentes uns dos outros, somos parte de Cristo pelo batismo. Uma só fé, um só batismo, um só Espírito. Esta é a essência da unidade, operada e mantida pela comunhão do corpo e sangue de Cristo. (At. 2,42-47; 4,32-35) ;(Rm. 15,5-6).
         A Eucaristia possui também uma dimensão escatológica, isto é, dos tempos futuros. Ela fala da volta de Jesus, da futura glória. (I Co.11,26). É um momento de júbilo, onde proclamamos “Vem, Senhor Jesus”. O apocalipse nos descreve esta glória futura (Ap.22,20-21) . Tudo isso se inicia na presença de Cristo ressuscitado na Eucaristia até que Ele venha.
       “Conhecereis a  verdade, e a verdade vos libertará”. Que pelo conhecimento que o Senhor nos dá, do valor da Eucaristia, possamos participar dela, com novo ânimo, de maneira a sermos curados, libertos e restaurados.