ÚLTIMAS NOTÍCIAS
15/02/2021
Campanha da fraternidade ecumênica 2021


A Campanha da Fraternidade, idealizada por três padres responsáveis pela Cáritas no Brasil, em 1961, com o objetivo de levantar fundos para assistir aos pobres, realizou-se pela primeira vez, na prática, na Quaresma de 1962, na cidade de Natal, no Rio Grande do Norte.

Como funcionou muito bem, dezesseis dioceses do Nordeste realizaram no ano seguinte a Campanha da Fraternidade e, a partir de 1964, a CNBB a lançou em nível nacional, com o tema "Igreja em Renovação".

Nascida no contexto do Concílio Vaticano II, que deu início a um tempo de renovação na pastoral da Igreja, a campanha acontece sempre no período quaresmal, sendo um grande convite à conversão para a prática da justiça social, da solidariedade, da partilha e do amor ao próximo.

Assim, em cada ano a Igreja, no Brasil, escolhe um tema para ser refletido durante a Campanha da Fraternidade, transformando esse tema em ação concreta de solidariedade.

Desde o ano 2000, em alguns anos, a propositura da Campanha da Fraternidade acontece de forma ecumênica, com o apoio e engajamento de outras igrejas que entendem a importância da comunhão e da partilha de experiências, como a que ocorrerá este ano, de acordo com aprovação em Assembleia Geral da CNBB de 2018, construída ecumenicamente sob a responsabilidade do Conselho Nacional de Igrejas Cristão, o CONIC, conforme costume desde o ano 2000.

A Campanha da Fraternidade Ecumênica tem se revestido de um engajamento tal, que oportuniza um grande diálogo entre diferentes convicções, constuindo um palco de verdadeira cultura da paz.

Este ano, porém, mesmo antes de se iniciar ela já trouxe polêmicas em alguns grupos taxados de fundamentalistas dentro da própria igreja católica.

Por isso, a presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou, no último dia 9 de fevereiro, uma nota na qual esclarece pontos referentes à realização da Campanha da Fraternidade Ecumênica deste ano, cujo tema é: “Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor” e o lema: “Cristo é a nossa paz. Do que era dividido fez uma unidade”,  (Ef 2,14a).

Segundo a CNBB, o documento reafirma a Campanha da Fraternidade como uma marca e, ao mesmo tempo, uma riqueza da Igreja no Brasil que deve ser cuidada e melhorada sempre mais por meio do diálogo. Iluminado pela Encíclica Ut Unum Sint, de 1999, do Papa São João Paulo II, o texto aponta também ser necessário cuidar da causa ecumênica. 

Sobre o texto-base da CFE deste ano, os bispos afirmam que a publicação seguiu a estrutura de pensamento e trabalho do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC), conselho responsável pela preparação e coordenação da campanha da fraternidade em seu formato ecumênico. “Não se trata, portanto, de um texto ao estilo do que ocorreria caso fosse preparado apenas pela comissão da CNBB”, aponta a Nota.

No documento, a presidência da CNBB reafirma que a Igreja Católica tem sua doutrina estabelecida a respeito das questões de gênero e se mantém fiel a ela. “A doutrina católica sobre as questões de gênero afirma que ‘gênero é a dimensão transcendente da sexualidade humana, compatível com todos os níveis da pessoa humana, entre os quais o corpo, a mente, o espírito, a alma. O gênero é, portanto, maleável sujeito a influências internas e externas à pessoa humana, mas deve obedecer a ordem natural já predisposta pelo corpo” (Pontifício Conselho para a Família, Lexicon – Termos ambíguos e discutidos sobre família, vida e questões éticas., pág. 673).

A nota informa que os recursos do Fundo Nacional de Solidariedade (FNS) seguem rigorosa orientação, obedecendo não apenas a legislação civil vigente para o assunto, mas também a preocupação quanto à identidade dos projetos atendidos. “Os recursos só serão aplicados em situações que não agridam os princípios defendidos pela Igreja Católica”, reforça a nota.

A presidência da CNBB afirma, no parágrafo final, que apesar de nem sempre ser fácil cuidar das dificuldades levantadas pela realização de uma Campanha da Fraternidade e da caminhada ecumênica e de muitos outros aspectos da ação evangelizadora da Igreja, nem por isso se deve desanimar e romper a comunhão, o que segundo os bispos é uma das maiores marcas dos cristãos. “Não desanimemos. Não desistamos. Unamo-nos”, exorta a presidência da CNBB.

Conheça AQUI a íntegra do documento em PDF.